quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Por ódio ao papa

Ambos querem proibir isto
Caros leitores, é com tristeza que confirmo mais uma previsão pessimista. Eu detesto estar certo.
Foi-se a época em que os ateus simplesmente se defendiam dos fanáticos teístas e evitavam confrontos desnecessários, facto que então suscitava minha admiração por sua conduta.

Recentemente um amigo ateu demonstrou uma carga de ódio muito intensa, se alinhando aos que acham que a humanidade é uma espécie inviável. Publicou em seu blog um vídeo de quase duas horas que pretendia converter os teístas ao ateísmo. Como? Com lavagem cerebral, à moda das igrejas fanáticas.
O vídeo começa como absolutamente todos desse naipe, que já me cansei de assistir. Mostra desgraças, tragédias, sofrimentos, guerras e atribui tudo ao seu inimigo, no caso a religião e o Estado. Depois há uma pausa com imagens ou luzes ao mesmo tempo calmantes e estimulantes, para depois vir a avalanche de retóricas e demonstrações de conhecimento razo.
Funciona, acreditem, com quem está propenso e só precisa de um empurrão. Pessoas que estão desiludidas, que não encontram respostas nas instituições e são cobradas por guias incompetentes e/ou corruptos.
Não funciona com gente centrada. Não funciona com quem encontrou seu caminho por seus meios e arbítrio. Não funciona com quem segue firme apesar de tudo. Mas com gente debilitada funciona que é uma beleza, o sujeito termina a sessão de lavagem pronto para seguir os dogmas de quem o submeteu.
Algumas das mensagens que vi em uma ilustração: "Fé não dá respostas, impede questionamentos" mostrando um encarcerado com a bíblia nas mãos; "Deus existe, então pode tudo", mostrando o episódio das Torres Gêmeas. Sim, caros leitores, os ateus radicais estão nos acusando de irracionalidade e arbitrariedade, se esquecendo que em regimes ateus não impera a liberdade nem o respeito à vida.
Estou falando dos radicais. Sejam ateus ou teístas, eles são farinha do mesmo saco, mudam apenas de embalagem ao varejo, enganam e lucram às custas de gente bem intencionada que quer ver algo mudando para a melhor, no mundo. Eu não comentei a postagem em questão, prefiro manter o bom amigo que ele é.
Sem querer, esse amigo me dirigiu ofensas. Sem querer, pois ele sabe que não sou um monstrengo malvado, sou um monstrengo que tenta ser bom na medida de suas parcas forças.

Um dos estopins foi a proliferação rápida e bombástica de pastores picaretas e suas igrejas caça-níqueis, com idéias misóginas e homophobicas que o próprio Cristo condenou quando andava sobre a Terra.
É o que já disse noutras oportunidades, um radicalismo não vive sozinho, ele precisa criar outro para ter audiência, alimentar o medo dos seguidores e ter respaudo para endurecer sua lida.
Assim como os picaretas, os radicais ateus só admitem um Deus como criatura repleta de defeitos humanos, passional e surgida do nada, portanto impossível de existir. E sendo impossível de existir, um grupo se abstém de colocar sua fé á prova e não raciocina a respeito, o outro simplesmente se vale de factos históricos para afirmar que não existe. Piora haver mongos que afirmam categoricamente que a humanidade conviveu com os dinossauros... Alegam que seis mil anos é tempo suficiente para tudo acontecer... Seis milênios não contam nem a civilização chinesa, que é ricamente documentada com grande precisão. Claro que os espíritos das trevas rolam de rir e estimulam a palhaçada. Eles não admitem o facto de que a maioria das pessoas não veja como eles vêem, não pense como eles pensam e não aja como eles agiriam, se pudessem. Ambos se consideram os guardiões da verdade absoluta e inquestionável.

Tudo isso, meus caros, é por ódio ao papa. Em todas as conversas com ateus e teístas radicais, eu percebi o mesmíssimo ponto, ambos odeiam o papa. Só que o primeiro grupo o confunde com Deus, portando odeia-O. Não é à toa, já que o pontificado foi proclamado como representante terreno do Criador, contrariando tudo o que Pedro Simão dizia e fazia. Lembremos que ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se considerar digno de morrer como seu Mestre. O papado subverteu e corrompeu tudo isso. Por a Igreja (ao menos uma justiça se fez) adorar Mãe Maria, que está praticamente no mesmo nível evolutivo que Jesus (olha a chance que nós desperdiçamos, dois anjos à nossa disposição e patinamos feio), os picaretas detratam e reduzem as mulheres a uma propriedade da família, só não o fazendo oficialmente porque cadeia no Brasil é uma antessala do inferno. Um grupo afirma que todas as outras religiões estão erradas, o outro que o facto de haverem tantas, invalida todas... Como se existisse consenso entre laboratórios e pesquisadores.

Dentre os que me conhecem, digam quando eu parei de questionar? Minha mente é uma metralhadora louca, que atira para todos os lados e consegue acertar a maioria, meu raciocínio não pára em momento algum. Posso parar de pensar, para descansar, de raciocinar não. E sei que vocês também pensam por conta própria e impõe limites à sua liberdade, para não ferir a dos outros.

Estejam prontos, amigos, pois logo vocês também serão ofendidos sem que o autor perceba, por ser do seu meio e não ter modulado devidamente as palavras em seu momento de ira. Daí a uns dias ele volta mais rubro do que sinal fechado para se retratar, e vocês precisarão estar prontos para acolher, mas também deixar claro os limites a serem respeitados. Não se trata de serem santos, apenas de serem os humanos que gostariam que povoassem o mundo, na medida do teu possível. Não tentem demovê-los e não aceitem que o façam consigo, imponham os limites que as cobras impõe; sutil, mas inequivocamente claro.
Ignorem o que lerem contra os teístas, se não ferir a lei. Voltem à página inicial e procurem outro site, outro blog, o que for. Vocês não são obrigados a ler e ouvir o que não precisam. Se forem formalmente afrontados, dêem o cartão do advogado e diga que amanhã ele ligará. Não adianta retrucar, eles vão retorizar e insistir até o universo se ajoelhar e admitir que a eles pertence A Verdade. Afastem-se, que revidar é oxigenar seus delírios, sejam materialistas ou supersticiosos. Se bem que o modelo de deus dos ateus também é uma superstição grotesca.

Meu temor é que em certo momento os dois grupos passem a agir como gangues, querendo eliminar o outro lado e se lixando para quem estiver no meio do fogo cruzado. Do ódio para a agressão física é só um empurrão. Um enxergará no outro o papa que odeia.

Só para constar, Einstein é teísta desde que reencarnou como Einstein. Porque ele está vivo, nós sabemos que a morte só vale para o corpo material... E ele deve ter saltitado ao se livrar daquela capinha miúda, que não comportava nem seus suspiros, quanto mais sua genialidade.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Regressão para quê?

 
Aonde pensas que vais?
  Vamos logo de início avisando, regressão não é brincadeira. Não é como uma sessão de cinema para um filme de terror, o qual acaba em menos de duas horas e te deixa ir para casa sem nenhuma seqüela, no máximo uns sustos na primeira semana seguinte.
Não há índices oficiais, por não haver um só estudo oficial a respeito, mas é sabido que a pessoa que faz regressão, se transforma em outra, muitas vezes comprometendo completamente os vínculos sociais que já tinha.
Via de regra, o cidadão chega ao "profissional" querendo saber que rei ou herói foi "na vida passada". Qual vida passada? Nenhum de nós tem menos de cem, só neste planeta. Existem muitas falanges das sombras dispostas a arruinar a vida de uma pessoa, alimentando a vaidade de querer ter sido algo mais do que é hoje. Pessoas despreparadas e médiuns corrompidos são portais abertos para esses seres. Eles sabem o que pensamos, fica fácil verem nossos desejos e inventarem uma estória qualquer, podem até te convencer de que és a reencarnação de Jesus.
Quero que vocês vão ao espelho, com cara de desprezo, e se perguntem que vantagem há em ter sido um figurão em alguma vida passada. Mas se olhem como se fosse um inimigo no espelho, não um reflexo, porque é um inimigo que quem embarca nisto se torna de si mesmo. Vão e perguntem que vantagem, hoje, se teria em ter sido a rainha da Inglaterra. E se realmente for verdade, vais fazer o quê? Vais reivindicar o título de princesa? Com que provas?
Qualquer um que tenha estudado história direito, sabe que raríssimos reis fizeram o que prestasse em seus reinados. Via de regra, ter sido figurão em outra encarnação é motivo mais de vergonha do que de orgulho. Muitos dos que realmente foram, se tornaram inimigos da realeza. Além do quê, por sua própria natureza, a realeza foi e ainda é para poucos, há muitas vezes mais gente querendo ter sido do que gente que realmente foi.
Outro risco é uma mãe zelosa descobrir, da pior forma, que assassinou seus filhos e marido. Quem não é mãe não sabe o trauma que isto causaria, então reitero que regressão não é passatempo, pode te induzir ao suicídio.
Certa feita, uma mulher chegou para Chico Xavier, toda pimpona e orgulhosa, e se pôs a contar potocas, chegando a dizer que foi uma rainha romana atirada aos leões, por simpatizar com o cristianismo. Para os amigos desencarnados ele sussurrou "E eu fui a pulga que chupou o sangue do leão". Mais uma vez pergunto: Qual a vantagem em ter virado ração para gatos? E qual colégio deu o diploma para esta mulher? Em história e interpretação de textos, deveria ter ficado perpetuamente no segundo grau. Com certeza os espíritos do local, com o tempo, conseguiram colocar algum juízo naquela cabeça delirante, mas a maioria não tem esta sorte.
Assim como a regressão ao útero, a de vidas passadas deve ser feita como uma prescrição médica, para curar. Deve ser executada para ajudar a pessoa a se livrar de travas e traumas que os profissionais de outras áreas não conseguiram atenuar a contento. O princípio é o de se conhecer a fonte e as circunstâncias para definir como extirpar o mal. Para isto não existe melhor do que a regressão de vidas passadas.
Com um bom condutor (e a não pretensão de ter sido Moisés) o cidadão consegue tranqüilamente encontrar as causas de suas aflições, quase sempre resultado de seus próprios erros. Consegue perceber o que o prende àquela situação cíclica, àquelas armadilhas em que sempre cai, como uma mulher que sempre se envolve com cafagestes e não consegue se interessar por quem a valoriza, ainda que seja esclarecida e bem formada.
Se for esta a tua intenção, se quiseres resolver realmente um problema de modo definitivo, sem correr o risco de reincidir ou mesmo trazer de volta parte de uma personalidade que deve ficar no passado, então a regressão é o teu caminho. De quebra trazes lembranças vivas de uma época que os historiadores só podem ter por documentos, que sabe-se lá que tipo de gente e com que intenções redigiu.
Há pessoas que os guias consideram devidamente preparadas e recebem, durante o sono, breves lembranças de uma época que pode ser de utilidade para o momento. Eu tive e de vez em quando tenho algumas. Porque as lembranças me foram muito úteis, eu recebi outros trechos. Não, não fui nenhum figurão na época em questão, graças à Deus! Mas para se ter este acesso natural ao próprio arquivo, é preciso amadurecer um pouco, não na idade, que para tanto pasta não morrer, mas como pessoa. É preciso querer se melhorar sempre, se esforçar sempre, fazer por merecer sempre. Lembrar sempre que ninguém está neste mundo a passeio, somos todos operários, do faxineiro que tira o pó até o presidente dos Estados Unidos, ningúém está aqui de férias. Isto não é uma colônia de férias, nunca foi, por isto mesmo uma lembrança longinqua pode trazer traumas muito maiores do que os já instalados.
Não se brinca com a vida actual, com as passadas menos ainda.

domingo, 14 de novembro de 2010

Lenda dos Índios Cherokees...

Confiança faz parte do crescimento, meu filho.
O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.



O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
Ele não pode gritar por socorro para ninguém.
Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado.
Ele pode ouvir toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.
Talvez alguns humanos possam feri-lo.
Os insetos e cobras podem vir picá-lo.
Ele pode estar com frio, fome e sede.
O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.
Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.


Finalmente...


Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.
Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.
Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.
Nós também nunca estamos sozinhos!
Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado.
Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.
Moral da história:


Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele nao esteja conosco.
Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.
 
Lição de psicopedagogia de matar a nossa de inveja, mandada pelo Fio, por e-mail.
Para quem sabe ler, um ponto é letra.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sou a favor do latim

Sou a favor de que voltem a ensinar latim nas escolas, principalmente nas escolas públicas. O latim está longe de ser uma língua morta, tanto a ciência formal quanto a esotérica jamais deixou de utilizá-lo. É em latim uma das orações de banimento mais fortes e fáceis de declamar, a Oração do Pai Bento:

(Sinal da cruz) Crux Sancti Patis Benedict.
Crux Sancta Sith Mihi Lux.
Non Draco Sith Mihi Dux.
Vade Retro Satana!
Nunquam Suade Mihi Vana;
Sunt Mala Quae Libas;
Ipse venena Bibas! (sinal da cruz e gratidão)

Assim como feitiços herméticos altamente complexos também costumam usar o latim. É uma língua cheia de regras e nuances, que registra com precisão o que se pretende comunicar, mas justo pela complexidade acabou caindo em desuso. Se nem o português as pessoas querem aprender direito, imaginem latim!

Enya tem músicas em latim, também em gaélico, japonês, et cétera. Ela tem uma missão na terra e sabe como conduzí-la com maestria.

No caso de pessoas comuns, como nós, sou a favor do ensino de latim porque é uma língua-raiz. A partir dela se torna mais fácil compreender os idiomas derivados; francês, italiano, romeno, espanhol, o próprio português. E aprendeu bem um idioma, fica mais fácil aprender outros de outras raízes. Com isso a mente de abre, não consegue mais caber na caixinha de phosphoro que a continha, já é necessário uma caixa de sapatos, que logo também ficará pequena.

Para fins religiosos, em específico, o latim facilita a concentração e a expressão, aumentando com isto o contacto com a espiritualidade superior. Vejam bem, não é para facilitar a aproximação deles, é para facilitar a nossa receptividade. É como telephone, são necessários dois aparelhos, de pouco adianta eles fazerem a ligação se nós, cá em baixo, não tiramos o phone do gancho. O aparelhos deles é perfeito, o nosso não é lá essas cousas, mas discando o código certo e fazendo a devida manutenção no aparelho e na linha, a conversa flui que é uma maravilha. O latim tem essa característica de aperfeiçoamento para o nosso lado da linha.

De língua morta, ele não tem nada, pelo contrário, é mais vivo do que todas as línguas oficiais vigentes, pois é aceito como idioma científico no mundo inteiro, nem mesmo o inglês tem esse alcance, pois há lugares em que dizer "Somebody call-me?" pode atrair a atenção de atiradores. A tabela periódica tem seus elementos com as abreviaturas dos nomes em latim, ou seria quase impossível alguém estudar em um bom livro de outro país. A uniformidade dos cálculos, fórmulas e nomes em latim o permitem, mesmo que não se domine aquele idioma; "Sódio" será "Natrium" aqui, no Japão e até na Lua. Na magia é assim também, nomes e procedimentos em línguas desmaiadas facilitam a vida do mago esforçado.

Quando as missas eram em latim, e a bíblia em latim era fácil de encontrar, era bem mais difícil fazer picaretagens em igrejas-caça-níqueis, porque a tradução era mais directa, o que inibia interpretações espúrias, desonestas e de má fé. Imaginem hoje, com a internet e seus tradutores instantâneos, como seria mais difícil a vida dos falsos profetas! Não se cairia com tamanha facilidade na lábia dos mercadores de fé. Aliás, é também por isto que sou tão a favor de se voltar a ensinar latim nas escolas. Tem gente sendo intitulada "Bispo" sem nem uma ruga na testa. Não que idade signifique ignorância ou despreparo, mas vocês imaginam o que se exige do sujeito que quer ser bispo? Têm idéia do quanto o coitado tem que trabalhar e estudar (não um ou outro, ambos) para ser bispo? São décadas vendo os fundamentos nos idiomas originais, sem traduções. Lhe é ensinado hebraico, aramaico, sânscrito, grego e o que for necessário, então ele vai ler e constactar por si mesmo, porque latim o padre já sabe. Isto é uma das pendengas com a Igreja, mas o padre é um soldado do papa e não pode contrariá-lo, além do quê tem muita gente lá dentro querendo protelar o fim da era de Peixes, mas não adianta porque no próximo século (Não neste, lamento) chega a maluquete era de Aquário. mas é outro assunto para outra conversa.

Por essas e outras eu também sou a favor de que se ensine tudo o que o aluno quiser aprender, desde que esteja preparado para tanto. Hebraico, aramaico, sânscrito, cirílico, grego, Língua-do-pê, atlante, o que for.

Com o pretexto de facilitar e evitar traumas, estão emburrecendo as crianças. À margem dos discursos psicopedabobológicos dos pedabobos retóricos, na prática eu vejo as crianças perdendo todo o interesse em aprender seu próprio idioma, sem conhecer paravras básicas. O mundo não é a rede social de internet, não se pode ficar preso ao que ela ensina, ou até desconstrói. Crianças precisam de dificuldades, de acordo com o seu nível, claro, mas precisam. Dificuldades por si mesmas ensinam limites e disciplina, forjam uma adversidade moderada e acimentam o caráter. Imaginem um bruxo fazer um ritual do fogo e pedir para falar em miguxês! Tiamat o faz entrar em combustão espontânea na hora, sem choro nem vela... Se tiver vela é até pior, porque além de queimar, gruda.

Chegará o momento em que teremos bruxos com títulos de doutor em ciências formais, eu conheço uma bruxa bióloga de grande talento. Para tanto, é preciso que a mente esteja aberta, o que facilitar os estudos formais também facilitará os esotéricos. Não tem erro. Minha experiência na escola pública me provou que a criança devidamente estimulada não teme o conteúdo, ela tem fome de conteúdo. E conteúdo, o estudo do latim oferece aos borbotões... também o grego, o hebraico, o aramaico, o cirílico, o sânscrito, o gaélico, o egípcio...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mitos sobre a Astrologia


É adivinhação!
Não, astrologia não é adivinhação. Se fosse, todos os astrólogos estariam ricos e ninguém precisaria cobrar por um mapa astral. Na astrologia se usa matemática. São muitos cálculos, freqüentemente complexos e subordinados a resultados de outros cálculos de outros mapas astrais. É por isto que eles pedem data completa com hora e local de nascimento para o consulente. Da mesma forma como um país em tempos de guerra, a astrologia depende vitalmente das coordenadas cartesianas, tanto melhor quanto mais precisas forem.

Todo jornal tem previsões astrológicas.
Não, também não. Simplesmente porque podemos contar nos dedos os jornais que realmente contam com um astrólogo devidamente formado. A maioria, confiando na credulidade cega de uns, e na descrença cega de outros, manda qualquer um dar palpites com termos vagos e, não raro, jocosos. A Folha de São Paulo (ver aqui) e o Estado de São Paulo (clique aqui) estão entre os que metem a mão no bolso para falar de astrologia com alguma seriedade. E há os que têm tamanho preconceito, que não admitem nem piadas a respeito em suas páginas, senão para detratar, como os "informativos" de igrejas que proíbem seus seguidores de lerem outras fontes.

O signo é tudo.
Que signo, baby? Existem basicamente doze, só na roda astrológica ocidental mais famosa. Eu sou touro, mas tenho tamanha desconfiança com gente estranha, e até muitos conhecidos, que há quem pense que sou escorpiano disfarçado. Uma hora de conversa comigo e os mais atentos verão que tenho Virgem em alguma casa, e Aquário fica claro quando minha conversa confunde cabeças. É como o DNA para o corpo, um gene sozinho não significa grandes cousas, é a união e disposição de cada um deles, todos trabalhando juntos, que dizem quem tu és. Ahá, pensa que não te conheço, malandro?

Se enrolar a criança em um pedaço de bife, poso mudar o signo dela.
É uma estupidez muito falada pelos inimigos da astrologia, e eu já fui um. Aqueles que não estudam porcaria nenhuma saem falando potoca. Astrologia é uma ciência, gostem e reconheçam ou não. Como tal, ela não age sozinha, reflete todo o universo de ciências conhecidas e ainda por se conhecer, e todas elas dependem da matemática. Para não delongar, a pessoa que vai nascer virá á tona no momento certo. A disposição dos astros não determina o que ela será, simplesmente informa quem é aquela criatura que está apanhando sem ter feito nada ao marmanjo que a segura pelos pés.

E os partos agendados?
E os atrasos? E os nascimentos precoces? E os abortos espontâneos? Não se preocupem, o homem vive em comunidade e uma comunidade é fácil de manipular sem se dar conta. Basta alguém perder as estribeiras que um engarrafamento atrasa o médico, ou o obriga a descobrir um atalho que o leva à paciente em trabalho de parto antes da hora marcada. Mas que espécie de médico se preocupa por a criança não ter seguido suas prescrições antes de nascer?

A astrologia determina o que vai acontecer na minha vida.
Só se tu for muito mongo! Se eu te mostrar uma parede prestes a ruir, tu passa juntinho ou mantém distância? A astrologia é daquele conjunto de conhecimentos ancestrais que a inquisição sufocou, mas não conseguiu destruir. Se teu astrólogo te diz para evitar certos ambientes, é porque há provavelmente um resgate cármico por acontecer e quem estiver por perto vai se ferir. Se tu não precisas passar por isto, melhor evitar. Agora, se queres ver no que vai dar... Boa sorte e que teu seguro esteja em dia.

Se um dia a astrologia for confiável, a ciência morre.
É como dizer que a ecologia levará a economia mundial à falência. Se alguém pretende saber o que realmente é a astrologia, ou o tarot, ou a magia, ou um quebra-cabeças de cem mil peças, deve no mínimo estudar seriamente. Quem simplesmente usa de seus próprios métodos sem saber se eles são apropriados para tal função, é porque não quer realmente saber se aquilo de que fala tem ou não validade. Como ter certeza de que os métodos que os astrólogos recomendam, para estudar astrologia, são os certos? Como em qualquer outra ciência, pondo em prática e perseverando até o fim.

O facto de existirem várias astrologias é prova de que não funcionam.
Vamos recapitular. Astrologia é uma ciência exacta, depende totalmente da matemática. Nomes e graphias diferentes não mudam o valor de um número. É como dizer que a existência da escala Farenheit invalida a escala Célcius. São escalas diferentes, até o início e o fim de referência diferem, mas na prática ambas informam a mesma cousa, basta fazer a conversão de uma para a outra.

É coisa de viadinho.
Por que pensa assim, bofe? Tá com medo de se revelar? Tu banca o Áries, mas no fundo quer soltar o Virgo que tens dentro do peito? Sai do armário, menina!

É trem do capeta.
Muitas religiões dizem isto sobre todas as outras, então não conta.

Tenta prever o comportamento humano.
Novamente: Astrologia não é adivinhação, ou ninguém precisaria cobrar por um mapa astral, pois todos os astrólogos estariam ricos. Ela mostra o que está no teu caminho, se queres ir é problema teu. A Terra faz parte de um sistema, que faz parte de uma galáxia, que faz parte de um conglomerado de galáxias, que faz parte do universo, que está em contínua evolução. Toda esta estrutura não vai parar para facilitar a tua vida, ela permite que se saiba como facilitar, mas o trabalho para isto é teu, com a ajudinha dos cálculos certos.

Astrologia revela o que vai nos acontecer.
Também, mas não necessáriamente. Se, uma vez advertido, decidires tomar outro caminho, o destino muda. Astrologia tem em muitos países asiáticos aplicações medicinais. Um mapa astral completo informa os potenciais problemas de saúde com os quais a criança vem ao mundo, um médico com bons conhecimentos astrológicos pode prevenir quase todos, e atenuar muito os demais. Só que então a necessidade medicamentosa cai drasticamente, muita gente teria que mudar de ramo se astrologia fosse aplicada seriamente na saúde pública. Mas isto é outra história. Se és médico e simpatizas, ninguém precisa saber que usas a astrologia, ela te orienta sem precisar aparecer nos autos e sem levantar suspeitas. Eu tenho problemas respiratórios sérios que quase me abotoaram o paletó, e o ceticismo dos que deveriam ter me tratado quase precipita minha morte. O interessante é que este problema aparece logo no meu signo solar, Touro, e ninguém deu importância. Ai de mim, se não tivesse abandonado a função involuntária de cobaia.

Se nós lemos os astros, os etês também nos lêem?
Podes ter certeza. A mudança de coordenadas e de algarismos (a Terra deixa de ser o papel para se tornar um algarismo no cálculo) se compensam, mas a base da astrologia é como qualquer lei natural, vale para todo o universo. Eu já fui ateu cético e o que presenciei dispensa chancela catedrática; existe alguém com Touro em Terra em algum lugar do sistema solar.

Maiores informações, falem com a moça do texto anterior.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Recomendando uma astróloga


Patrícia Balan. Minha astróloga de confiança. Pessoa ética e humana, às vezes humana demais. Tão ética que que ainda não se vendeu, já que diz o que o consulente tem que ouvir, não o que ele quer ouvir. Onde encontrá-la:
É também artista plástica, e se subestima bastante:
Ela também está no facebook. Se tens conta lá, faça amizade com ela. Ainda que não creias em astrologia, o que é estranho, já que estás lendo este blog, terás alguém inteligente e de língua afiada para trocar idéias, com acento que eu não aderi à deforma.

Outro astrólogo que recomendo é o Fio, nosso colega de blog que sumiu faz tempo, mas se ele aparecer, podem começar a encher a caixa de diálogos que ele entende do assunto.



Só no Brasil uma profissional ética e competente como ela não tem direito a um desses.

sábado, 5 de junho de 2010

Saber morrer

Uma das falhas crassas da sociedade é (não temer, mas) alimentar o temor pela morte. É importante não ter pensamento fixo nela, mas ter ciência e tranqüilidade de que ela virá e não adianta cultivar temores.

Primeiro porque é inútil, o medo é um mecanismo de defesa e quando a morte chega, não há absolutamente nada que se possa fazer contra. Segundo porque aumenta o sofrimento a cada luto, as pessoas instintivamente imaginam que sua hora vai chegar e variam entre a depressão e a euforia cega, na tentativa de viver tudo antes que acabe. Terceiro porque é insalubre, a pessoa deixa de viver o que realmente lhe faria diferença para melhor por se preocupar em viver tudo antes que acabe. Quarto e último porque é idiota, a pessoa passa a pautar sua vida pelo fim dela, como um viajante que tenta comer de tudo e photographar tudo e todos antes que a estrada termine; não aproveita absolutamente nada.

Os materialistas que cabem ao caso, temem porque, bem, porque acreditam que são apenas bichos dotados de raciocínio lógico (nem tão, vá) e que deixarão de existir, caindo no vazio absoluto de onde suas consciências teriam surgido. Ainda bem que descobrirão o contrário. Se alguém aí se desesperar em algum vale sombrio, em que só estará por descuido com a espiritualidade, é só lembrar deste texto e pode chamar que vamos de turma.

Os não materialistas que cabem ao caso, temem porque sabem que não estão fazendo a lição de casa como deveriam, muitos acreditando que alguns deslizes os lançarão à tormenta eterna e infinita do inferno. Como Deus é mau, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah... Bobagem. Falta de estudos directo na fonte faz isso.

Em ambos os casos houve uma falha na educação para a vida, aquela que deveria preparar a criança para a vida adulta desde a mais tenra idade, que a troca da mãe pela babá, do livro pelo videogame, das prendas domésticas (também para meninos) pelo shopping center, do pai pelo currículo escolar, da vida em família pela mesada (entre muitos outros factores) legou ao esquecimento. Se a pessoa não aprende a viver, não saberá morrer com o mínimo de dignidade própria. Quando digo "viver", subtraia-se a busca insana por prazeres efêmeros e voláteis. Falha-se, neste caso, em ensinar como obter prazer na busca de um objectivo. É como no mercdo financeiro, quando a especulação toma o lugar do trabalho, forma-se uma bolha de prosperidade que estourará a qualquer momento, nós vimos isto, uma estourou logo nas mãos do Obama. Tudo parece maravilhoso, a cousa certa a ser feita, mas rapidamente a casa cai. Na vida pessoal não existe um Obama para tomar as rédeas, elas são tuas.

Uma das informações mais importantes que deveríamos receber da família é a de que um dia vamos morrer. A criança precisa se acostumar a isto. Não, bocó, não é para transformar a vida da menina em um filme de terror. É para não se esquivar quando ela perguntar a respeito, não florear e não monstrualizar, dizer que todo corpo tem uma data de validade e que um dia expira, como tudo no mundo.

Para os teístas, não se deve fazer propaganda da morte. O acto de morrer não é bom, é agonizante. A passagem que se dá pode (ou não, na maioria dos casos) ser boa. Agir com naturalidade é a única receita válida para todos os casos, o resto varia muito. Privar a criança de velórios não a poupa em nada, ela não crescerá mais saudável por isso, também não há porque impedi-la de visitar parentes hospitalizados, quando autorizado pelo médico responsável. Aprender que ninguém está bem o tempo todo, e que uma hora não estar bem é irreversível, ajuda a digerir a idéia de que se vai morrer um dia.

Sim, claro, "A morte não existe". Mas vamos tratar do fenômeno bioquímico a que nos acostumamos como sendo a morte. Para o espírito é facto que se trata de uma passagem, uma mudança de fase. mas não é menos doloroso ter a ausência permanente e irreveresível de um filho.

A civilização ocidental, desculpem bater em ferida aberta, é a mais despreparada para o fim da vida. Levado ao extremo da distorção, o termo "carpe diem" foi transformado em um slogan para uma vida de excessos e desconsideração para com os outros. "Aproveitar a vida" se tornou símbolo de promiscuidade e desperdícios. Quando chega a hora, a imensa maioria já está tão apegada à vida que levou, que se desespera e leva o desespero como última e perene impressão da vida. Não preciso dizer o que penso de "Melhor viver dez anos a cem que cem anos a dez". O infeliz que adopta esta aberração como lema de vida, abrevia a própria e a de quem nada tem a ver com sua loucura.

Acostumar-se e perder o medo da idéia da morte tem outro efeito, passa-se a envelhecer com mais dignidade. Embora se procure manter corpo e mente activos, não há mais a preocupação em recuperar a juventude perdida. Não interessa o que charlatães de programas de auditório digam, a juventude jamais volta, é uma fase, um tempo; o tempo não pára. Envelhecendo com dignidade, os efeitos da velhice ficam mais tênues, perde-se menos (ou nenhum) tempo implicando com a saia curta da neta, a música de péssimo gosto dos jovens incomoda menos, até se conseguem alguns acompanhantes de menor idade para saber de novidades e repassar a experiência. Infelizmente esta velhice digna não dá o retorno financeiro que os fabricantes de milagres, que usam e abusam de se chamarem de cientistas, conseguem fazendo os idosos passarem por ridículo.

Ter espiritualidade ajuda, mas asseguro que sozinha não adianta. A hora da morte não aceita ensaios, é tudo no improviso, se sair bem, saiu, se não sair... Vaias ou aplausos são conseqüência da performance do desencarnante.

Ajuda a morrer bem não deixar inimigos. Desde que o inimigo vai cuspir no seu túmulo até se casas com a sua viúva, tudo passa na cabeça do moribundo rebelde. Melhor então fazer o seu possível para acabar com a richa, se ele não aceitar, paciência, a tua parte na inimizade já terá sido extirpada, o problema será dele, porque gente que não aceita reconciliação planta inimizades; inimigos já mortos se aproveitam fácil de quem alimenta inimizades.

Ser útil. Poucas cousas aliviam a consciência como a sensação de a passagem sobre a terra foi mais necessária do que onerosa. Para quem não conhece, experimente ser útil a terceiros, sem esperar recompensas. Haverão os detratores, te chamarão de otário, mas eles também terão suas horas e elas lhes cobrarão o tributo. O rancor não gruda tanto em espíritos úteis, fica mais fácil levar a vida e a outra vida sem esse peso morto.

Se entregar à futilidade e à vida vazia não é o mesmo que satisfazer vontades sinceras. Faça-as. Chocolate é caloria pura, mas uma barra não vai te tornar um obeso. Poupar para conhecer o Rio de Janeiro em grande estilo não deve ser considerado luxo, porque sonho não é luxo. Pessoas viciadas em saúde são tão doentes quanto as viciadas em drogas. Cuide da saúde para ter a certeza de que a morte virá quando tiver que vir, não antacipada por descuidos, mas não deixe de viver a vida à tua maneira, corra artrás dos teus objectivos ou Azrael vai te cobrar a alegria que não foi disseminada, e lhe cabe disseminar. Ele não tem dó de ninguém.

Pague o que deve. Não gaste mais do que ganha para não levar para o túmulo a preocupação da dívida. Há circunstâncias em que é necessário assumir uma, mas na maioria dos casos não é. As ilusões cobram juros altos. Mas o dinheiro gasto em prol da comunidade ou de necessitados é uma poupança que inflação nenhuma corrói. Pensar "Fiz o que pude" enquanto o cérebro se apaga é um antídoto contra a agonia.

Trabalhe. Trabalhe com afinco até o último instante. Quem trabalha direito está mais exposto às provações necessárias e menos ao azar. Um acidente de trabalho te dá direito a regalias, tanto legais quanto morais, em especial dentro da família. Trabalhar em pequenas actividades, quando se torna necessária a aposentadoria, mantém a lucidez e o foco, a vida fica tão cheia que não há espaço para a tristeza que ronda a espreita de um idoso displicente.

Acostume os mais jovens à idéia da tua morte. Saber que filhos e netos vão sofrer muito em luto só interessa ao mau-caráter. Gente de bem como tu quer que eles chorem o que têm a chorar e depois toquem suas vidas. Tenha tato, escolha as palavras de acordo com quem estiver ouvindo, mas não deixe de ser directo. Vamos todos morrer, um dia, não tem jeito. Todos verão o teu corpo decair até se apagar por completo, então é melhor que estejam formalmente prevenidos, o choque é muito menor.

Como sei de todas essas sensações? Já tive uma experiência de quase morte. Senti o corpo deixando de obedecer aos meus comandos e o cérebro se apagando aos poucos. É escuro pra dedéu. Não houve um túnel, mas também não houve noção de tempo, porque meia hora deopois eu acordei e não parecia ter se passado nem um segundo, a consciência permaneceu na activa e minha boca ficou torta por mais uns minutos. O lado bom dessa agonia momentânea, que me custou a poupança e meses de tratamento, foi ter redescoberto a espiritualidade, sozinho, sem influência familiar e aos poucos.

Sei de um patriarca judeu que, momentos antes de falecer, chamou o filho e a esposa, recém-casados, abençoou a união e mandou que fossem para a lua-de-mel. Depois fechou os próprios olhos com a mão direita, a uniu com a esquerda no peito e morreu. Isto não é conversa de evangélio, aconteceu nos rincões do Amazonas, na primeira metade do século vinte. Quer morte mais serena e tranqüila do que esta? Aqui sim, a espiritualidade faz toda a diferença para muito melhor, este senhor sabia no que acreditava e porque acreditava, então não teve receios e a própria morte lhe foi cooperativa.

Ateu ou teísta, trate de se acostumar e aos mais jovens à idéia da morte o quanto antes, a vida ficará muito melhor. Quando vocês se reencontrarem, eles vão te agradecer.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Simples assim

Eu andava em meu antigo ceticismo pelas sombras de minhas próprias presunções, quando em um momento me perguntei o que seria de mim no futuro, já que a situação não mostrava ( e ainda não mostra muita) luz no meu caminho.
Em um momento raro de descanso veio uma figura imponente e extraordináriamente bela, fazendo desaparecer tudo mais ao redor. Me perguntei em pensamento quem seria e ela me respondeu: Eu sou você amanhã. E desapareceu quando cumpriu com o que veio fazer.
O que a tomographia mostrou foi um cérebro normal, a mente irremediavelmente aberta ela ainda não mostra.

sábado, 8 de maio de 2010

Teophobia

É justo reivindicar respeito pela posição que se assume. Se não convence, não há como acreditar. Por muito tempo houve discriminação contra os ateus, e ainda hoje há quem olhe torto para quem não tem uma religião. É inconteste que muitas seitas são verdadeiras fábricas de ateus, distorcem ao seu bel prazer as escrituras sacras, estas já deturpadas por traduções mal feitas, e fazem na prática exactamente o oposto do que é pregado. Pegaram o sexo e os sectários de outras religiões para anti-cristo e os matariam a todos se pudessem. Ateus então, não mereceriam sequer serem considerados pessoas. Fanatismo religioso é uma granada que destrói quem a tem, mas fere a todos por perto.

Nos últimos anos, porém, tem havido um exacerbo do que seria justo. Chegou ao ponto de um ateu ter (em suas palavras) tentado converter os teístas ofendendo suas religiões, com actos como colocar santos em posições sexuais, rabiscar piadinhas contra o islamismo e vandalizar os lugares públicos de preces. Tudo o que o idiota conseguiu foi dar combustível e oxigenar as alas mais radicais. Além de pagar multa, prestar serviços públicos e arcar com as custas judiciais. Tudo isto na Europa, que alardeia sua tolerância étnica e religiosa para o mundo todo. Bem feito.

Está havendo um ódio teophobico. Deixei de ler revistas até então bem conceituadas nos meus padrões, sem ligar para o viés ateísta que têm, por passarem a publicar textos extremamente tendenciosos, ridicularizando tudo o que não pode ser picado e analisado em laboratório. Quando dão espaço a religiosos fazem parecer que eles falam de uma agremiação sócio cultural, com fins de preservação de uma tradição e nada mais. Quando vi, estavam atirando até contra mim. Aliás, não só revistas como programas de televisão. Não é coincidência haver também um crescimento de programas e revistas claramente dirigidos para religiosos, especialmente aos menos tolerantes, que se gabam de testemunhar "milagres" todos os dias na igreja que freqüentam.

Equilíbrio, se uma asa cresce a outra também precisa crescer.

Uma religião não é uma agremiação étnica, mas não adianta tentar explicar isto a quem quer ter sempre e a qualquer custo a última palavra. A falta de respeito cega a ponto de tornar os ateus radicais exctamente iguais aos radicais teístas, confundindo dogma e religião. O primeiro é invenção humana, uma legislação que tem falhas como tudo o que o homem faz. Quem se guia por ele está dizendo, por tabela, que D'us é o homem que escreveu aquilo, então não tem como não fazer idéias equivocadas. Palavras mudam com os milênios, conceitos mudam os sentidos das frases e os textos, se traduzidos por quem não conhece a fundo o idioma quando da época, perde completamente o sentido original. Tradução, claro, se faz por homens.

Estamos aqui falando do Criador, não de uma criatura que surgiu junto com o monte de galáxias que eles chamam de O universo, mas é só um monte de galáxias, fora do qual ainda não se consegue enxergar com as técnicas disponível; questão de tempo e pesquisas. Se para quem estuda e medita à sério é difícil imaginar, que dirá quem não tem interesse? De não ter interesse a não respeitar há um abismo.

Os teístas não acreditam que vão continuar vivos depois de morrerem, eles acreditam que só o corpo físico vai morrer e a parte não material continuará com outras atribuições. Para um teísta o corpo não é a pessoa, é um instrumento que ela usa para agir no mundo e ao qual está ligado por um espaço de tempo. Em suma, a morte seria apenas a paralização das actividades biológicas do organismo ao qual estamos ligados, apenas ligados.

Há os que defendem que as crianças não deveriam ser levadas a uma igreja, pois não têm capacidade de discernimento para decidir se querem ou não seguir uma religião. Os pais iriam, então, sozinhos? Deixariam as crianças com quem? Ou seriam obrigados a abdicar da freqüência enquanto não atingissem dezesseis anos? A mim mais parece militância anti-religiosa do que pregação de respeito ao direito de escolha. É como dizer que a criança deveria andar pelada, durante o verão, por não ter discernimento para escolher um modelito elegante.

É de criança que se forma a personalidade para o mundo, assim como os laços familiares. Gostem eles ou não, e os radicais não gostam, ir à igreja periodicamente com a família reforça sim os laços entre pais e filhos. Poderia ser um clube, mas aceitar um compromisso que nem sempre é agradável ajuda a se preparar para a vida, que a vida nem sempre é agradável. Sair com a família só quando é divertido ou conveniente é um veneno, pois na adolescência a família raramente é divertida e quase nunca conveniente. Se não houver o compromisso moral firmado, os laços familiares se afrouxam facilmente. Gostem ou não, e houve época em que eu não gostava, a religião favorece o estreitamento desses laços.

Os efeitos espirituais de que tanto gostam de caçoar não são fenômenos, são ações. Espíritos são pessoas e elas podem, ou não, estar dispostas a colaborar com a charlatanice bem paga que muitos chamam de ciência. Se eles não querem responder ás suas perguntas é porque não estã na tua alçada. O que a maioria faz é exigir repetição até encontrar provas de fraude, e a pessoa em questão tem mais o que fazer.
Onde estão os espíritos? Em sua dimensão. Eles podem nos ver da mesma forma que uma pessoa com visão normal pode ver através do vidro. As outras dimensões, que os magos conhecem muito antes da charga romana contaminar a Terra, não são outras terras com destinos diferentes, são mundos similares sobrepostos, da mesma forma como fachos de luz se cruzam sem haver interferências. Eles podem nos ver, mas nós não a eles porque o Universo não é louco. Já fazemos besteiras demais do jeito que estamos. Mas um dia a comunicação será retomada do modo como era no início.

Atribuir a D'us a culpa pelas mazelas do mundo é agir como o criminoso, que culpa a vítima porque usava roupas curtas. Não é O Criador quem leva as pessoas boas e deixa as más no mundo, nós é que (majoritariamente) não suportamos uma pessoa realmente boa por muito tempo. Gente boa faz nossos defeitos aparecerem mais, isto incomoda muito. Gente civilizada faz nossas grosserias parecerem animalescas, isto incomoda muito. Gente má, por outro lado, nos dá motivos para reclamar sem a preocupação de fazer a nossa parcela para resolver o problema. Gente má se esmera em seduzir, isto apraz. Gente má faz tudo para entreter, isto apraz. Nós mesmos tratamos as pessoas más muito melhor (inclusive votando nelas) do que as boas pessoas. A culpa, se é que cabe usar esta palavra, é nossa. Pessoas boas são pessoas, se não se sentem bem tratadas elas vão embora de um modo ou de outro.

Catástrofes? Nós invadimos lugares que os nativos de então diziam ser perigosos. Nós ignoramos todos os sinais da natureza, por mais de um século, de que estávamos degradando nosso próprio meio de vida. Nós expomos nossos filhos e a nós mesmos aos perigos que o mundo reserva para os incautos. Por que cargas d'água o planeta deveria se moldar às nossas vontades? Ele tem seu próprio ritimo, sua própria evolução. O mundo nos avisou, não temos o direito de culpar a ninguém. Aliás, a arrogância alegadamente racional do homem é que o fez se declarar proprietário do mundo, mesmo sem ter encaixado uma pedrinha sequer para formá-lo.

Doenças existem porque suas causas existem, óbvio! E nós não fazemos o mínimo para evitá-las, deixando tudo nas mãos de profissionais diplomados, engomados e bem pagos pelos laboratórios que fabricam as vacinas. Daqui vem outra mazela da humanidade, esses profissionais sacrificam anos de vida pessoal para fazer algo que preste, dão as instruções completas para erradicar as doenças e nós só nos lembramos de tomar a vacina. Higiene pessoal, cuidar da cidade em que vivemos, enfim, agir como uma comunidade em vez de um monte de egoístas sem escrúpulos é o que deveríamos ter feito.

Quando falamos que as pessoas "morrem", vamos deixar algo bem claro, os teístas acreditam e muitos recebem provas suficientes para acreditar, que nossos amados não desaparecem. A morte biológica, como já disse, não mata a pessoa. A dor é pela separação (o que mesmo assim não é bom para ambas as partes) não por uma aniquilação na qual nós não acreditamos. Insistir em repetir "Seu filho morreu, não existe mais" pode constituir um pedido para lhe provar de forma cabal a vida pós-túmulo, por suicídio involuntário. Estará ofendendo a família em luto. Ficar longe de uma pessoa amada, à força, é tão doloroso quanto um luto por óbito.

Culpar D'us pelos males do mundo é cousa de homens pré-históricos, que não tinham discernimento e achavam que uma cobra trocando de pele era uma divindade.

Eu tenho amigos ateus, eu já estive no caminho do ateísmo. O que nunca fiz, porém, foi desrespeitar ou tentar ateizar os outros. Fazer pouco da crença alheia é faltar com o respeito, muitos ateus se vangloriam de ignorar o quanto acreditar é importante para quem acredita. Não é só para consolação, é religação com O Criador. Não acreditar não isenta de respeitar.

Aos teístas equilibrados, aqueles que balançam mas não caem no buraco (porque ficar firme não é trabalho para reles humanos) peço o mesmo comportamento para ambos os radicais: Ignorem. Mantenham o devido respeito, mas o exijam também. Se eles insistirem, ignorem e saiam do lugar antes que uma granada (que pode ser uma bomba de bobagens) exploda. Tua sanidade saberá recompensar.
De resto, que Deus lhes dê tino.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Por que o medo?


Quanto medo, oh, quanta histeria!

Bilhões de medrosos, medo em vão.

Fraternidade Branca está até admirada,

Com o medo desse povão.

O pavor que a proximidade de 2012 está causando me faz ter dúvidas sobre o nível evolutivo da humanidade. Até parece que estamos o paleolítico, não no século XXI da era cristã.

Ninguém vai morrer, se não for a hora. O mundo só vai se acabar de rir da nossa idiotice. A única utilidade de livros e filmes apocalipiticos sobre o tema é garantir empregos para quem trabalha no ramo; talvez por isto eu deteste esse gênero.

Não há mistérios sobre 2012, há sim muita ignorância. Os povos que fizeram essas profecias simplesmente colocaram no papiro (ou na pedra, na casca de árvore, et cétera) o que já estava previsto. Estes povos, nestas épocas, foram a última leva de espíritos que puderam voltar para Capela, ou outro planeta que, na época, faria o nosso de hoje parecer devoniano. Eles recuperaram o paraíso perdido, por isto tiveram condições e acesso ao cronograma da Terra. Eles fizeram suas lições de casa, nós não, por isto ainda estamos aqui e vamos nos lascar bonitinho, mas não do jeito que o cinema faz parecer.

Acontece que a Terra tem seus ciclos e o actual já terminou. Mudanças climáticas estavam previstas, o que não significa que teremos inundações avassaladoras, ondas infernais de calor nem furacões que humilhariam qualquer outro que a humanidade já conheceu. Não senhor, as florestas que preservamos, os rios que protegemos e a camada de ozônio que deixamos intacta se encarregarão de deixar tudo mais agradável. Sim senhor, a nossa previdência e nossa consideração para com os outros nos renderá os frutos que merecemos. Fizemos um belo trabalho, não acham?

Desculpem o sarcasmo, mas nós estamos sofrendo e vamos sofrer ainda mais por nossa exclusiva culpa. Lembrem-se de que não chegamos hoje ao planeta, já estivemos nele em outros corpos. Tu, que hoje é um ecochiita doente, com certeza foi um madeireiro dos mais perversos e inescrupulosos, e agora está tentando a qualquer custo reparar seu erro. Mas não dá, benzinho, não desse jeito. Radicalismo de esquerda e radicalismo de direita são radicalismos do mesmo jeito, e foi com radicalismos de mentalidade que chegamos ao tricentésimo fundo de poço em que estamos. Radicalismo destrói, sempre.

Até a idade moderna ainda havia tempo para minimizar a situação. Poderíamos ter consumido recursos, mas sem desperdícios. Poderíamos ter empreitado expansões, mas não para escravizar. Poderíamos ter aplicado recursos nos avanços científicos, mas não para destruir. Poderíamos ter vivido até muito melhor do que vivemos, mas egoísmo é uma doença degenerativa da retina, nos deixa cegos se não for tratado. O problema é que o egoísmo refresca enquanto danifica, tal qual o morcego que abana enquanto lambe o sangue e passa raiva animal.

Mesmo com o passar do tempo, poderíamos ter amortecido os efeitos danosos, mas o apelo do prazer a todo custo foi mais sedutor. Apelo, alías, que nos degredou para cá.

Agora que dei a bronca, bando de covardões, vamos à boa notícia.
Passado o susto, quando todos saírem debaixo da cama e virem que o globo continua inteiro, as cousas tendem a voltar ao normal. Não o que nós chamamos de normal, mas ao verdadeiramente normal.

Começará a haver alterações genéticas, os sentidos que estavam suprimidos serão reactivados, como clarividência, clariaudiência, telepatia, memória de elefante, entre outros. Já há gente nascendo com os novos genes prontos, só aguardando para que entrem em ação. No início os primeiros despertos serão notícia, os jornais alardearão a proliferação de sensitivos, até todos perceberem que todos são sensitivos, que isto sim é absolutamente normal e que o estado anterior (o de hoje) era como uma cegueira de nascença, pela qual o indivíduo não consegue nem conceber a existência das formas, quanto mais de cores. Precisa dizer que advocacia e política nunca mais serão as mesmas?

É certo que as outras espécies também terão sua evolução acelerada. Muitas serão extintas, outras surgirão no lugar. Desde os século XIX os animais domesticados já nos captam as ondas mentais, e algumas dementais, não vai muito mais que um século adiante para que o sujeito conversando com seu cão deixe de ser visto como excentricidade. Roberto Carlos que o diga.

Também haverá uma queda drástica na nossa já baixa fertilidade, se compararmos com os outros animais, que têm seis filhotes de cada vez, brincando. Com efeito, a população vai se reduzir paulatinamente até estabilizar, não sei ainda quantos, mas sem dúvida seremos menos de um terço do que somos hoje. Com isto o mercado imobiliário terá que se adaptar muito rapidamente, pois as cidades vão se esvaziar. Terão forçosamente que oferecer imóveis maiores, quintais, áreas verdes e ainda manter (talvez reduzir) os preços, porque a demanda de hoje não existirá mais. Por maiores que sejam os novos imóveis, muitos espaços ociosos retornarão às mãos da União (no caso do Brasil) e terão uso público, como parques e bosques.

Vidências reactivadas mais vegetação em expansão, teremos de novo o contacto com os elementais. Aquele adesivo que diz "Eu acredito em gnomos" será igual a "Eu acredito na gravitação".

Vocês vão encontrar muitos espetáculos pela internet, gente anunciando as últimas unidades de lotes no céu, outros que tudo se reduzirá a nada, outros ainda tecendo comentários longos e acéfalos sobre o tema. Eu já disse e repito: Não acreditem em tudo o que lerem, ouvirem e (principalmente) virem. Há focos de informações confiáveis, mas são poucos. Não confiem na razão parca de que dispomos, se dêem tempo (ainda há, não se preocupem) e não acreditem em alarmistas. Quem vai ficar de fora da festa já está marcado e desesperado pela degredação iminente, o que não é o caso da imensa maioria.

Sejam bons, se preocupem com o próximo, ajudem uns aos outros, dê para ela o último biscoito do pacote, façam o que puderem do jeito de vocês. Não precisam mudar radicalmente suas vidas, porque para isto realmente não há mais tempo. O que tiver que acontecer de mais profundo, dificilmente se dará até 2012, mas se acontecer será um espetáculo e toda a Fraternidade Branca fará festa.

Vá passear, namore com juízo (mas namore), marque suas festinhas, se divirta, que quando chegar a hora de ir para casa, nossos tutores nos avisarão.