sábado, 24 de dezembro de 2011

A data importa?


Depende. Meu avô dizia que Jesus nasceu em Quatro de Abril. Ele tinha cacife espiritual para fazer uma afirmação dessas.

Para rituais de passagem, de celebração, enfim, para fins específicos, a data faz diferença sim. O universo tem seu próprio tempo e não vai mudá-lo por nossa causa. Quem tiver algo a fazer no dia Vinte e Cinco de Dezembro, que não seja celebração natalina, fique à vontade.

Dizer que o significado muda para cada um, é o mesmo que dizer que as placas de trânsito têm outros significados para pessoas diferentes, eu não aderi ao relativismo torpe que tomou conta do mundo. As impressões e as lembranças são individuais, as multas de trânsito não se importam com nossas bagagens pessoais.

Apesar de uma série de entidades aniversariarem neste dia, que foi eleito mais por questões comerciais e políticas do que espirituais, há algo que a maioria absoluta desconsidera (ou desconhece) sobre esta época do ano: É o mês em que o plano superior tem mais facilidade em acessar nossas mentes.

Gostem ou não, os inimigos da época natalina, é quando as pessoas mais se comovem e se condoem. Se alguém duvida, deixe seu umbigo de lado e passe a ver e conhecer as pessoas, tentando vê-las como elas são, não como se fossem você na mesma situação e com a tua mentalidade.

Para isto, de facto, a data em nada importa, mas ela foi adoptada como ponto de maior humanidade, e é quando os tutores têm mais facilidade em agir aqui em baixo. Na verdade, é a época em que parece menos ridículo à sociedade, ser caridoso e generoso, então muita gente com bondade reprimida (falarei disto noutro texto, é assunto exaustivo) realmente festeja as proximidades do Natal, porque então pode dar vazão ao Papai Noel que fica no armário todo o resto do ano; especialmente no carnaval, quando as pessoas perdem a vergonha de se usarem umas as outras e as trevas se sentem mais à vontade, então a bondade desinteressada passa a ser quase uma subversão.

Claro, há os azedos que querem continuar azedos (principalmente chateus) e acusam pessoalmente de hipócrita os papais-noéis que saem do armário, inruirindo onde estavam no restante do ano; como se fosse de suas contas. Mas estes são casos para outras encarnações, dificilmente virarão gente em suas correntes. Ignorem-nos ou, no máximo, repassem-nos para seus advogados.

Agora pensem na quantidade de pessoas que não dão a mínima para esta época, porque em suas culturas o Natal ocidental nada significa, além de um aumento na exportação. Numéricamente, os que festejam são minoria, embora uma minoria que impõe respeito, mesmo em número. Pois esta minoria, sozinha, facilita o contacto dos planos superiores no mundo inteiro, inibe a ação das trevas e acelera (um pouquinho só, mas acelera) a evolução de toda a humanidade. E sim, a beleza visual e musical que eclode nesta época ajuda muito. Beleza comove.

Além do mais, o rapaz homenageado é o governante deste planeta, e seu satélite. Ele teria avisado se a mudança de data o incomodasse. As entidades elevadas que o acompanham, e aniversariam então, não se sentem desprestigiadas por isso. O que importa é que, nesta época, nós fazemos o que eles, e especialmente Ele, querem que façamos o ano inteiro.

Sabem o que mais? Tem funcionado tanto, que as pessoas têm saído do armário mais cedo e voltado mais tarde, cada vez mais, nos últimos vinte anos. A produção de panetones é só um reflexo disso. Mais do que isso, a lembrança recente de uma época prolongada, encoraja as pessoas a deixarem seu egoísmo de lado durante o carnaval, e guardarem um pouco para as pessoas que são quase esquecidas durante os "festejos". Não, eu não ouvi falar disso, eu sou um dos que não torra tudo em Dezembro, conheço muita gente que mantém essa fraternidade o ano inteiro, mas nos arredores do Natal só o reforça.

Não é por causa própria que o Mestre valoriza tanto esta época, é por nossa causa, porque nós a escolhemos para tirar do armário a bondade que deixamos mofando no resto do ano. É por isso que a antecipação e prorrogação do espírito natalino, absolutamente nada têm de ruim. Ou alguém aí vai deixar a chance de ser mais humano porque comércio lucra mais?

Cuidem de sua própria evolução, deixem de lado aqueles que deturpam e, principalmente, aqueles que querem reduzir o significado do Natal. Para aquilo que realmente importa, a data não importa.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Se eu fosse fundar uma igreja

http://inphotograph.com/29/blog/gougane-barra/

Um e-mail que circula pela rede, mostra uma reportagem da Folha de São Paulo, onde a facilidade em se 'criar uma religião' sem qualquer critério sério é escancarada, inclusive pelo baixo custo e alta rentabilidade da isenção de impostos. Não se funda uma religião, é mais pessoal e intransferível do que o dna.

Meu alfaiate, presidente de um centro espírita, já recebeu propostas para usar de sua cultura e carisma para enriquecer, abrindo uma igreja. Ele recusou, claro, ou já não seria meu alfaiate.

Às perguntas sobre como seria uma igreja minha, estejam certos de que atrairia bem poucos seguidores. Por que? Vejam a seguir;

Seria completamente diferente desses caça-níqueis que proliferam e ganham simpatia política, pelo país. Ela não começaria com a abertura de um templo, começaria como se deve, em gestação lenta e cuidadosa. Eu me enfiaria em estudos e meditações, ampliaria minhas práticas de caridade e me exporia mais na internet, divulgando com mais amplitude minhas ideias. Levaria no mínimo cinco anos, provavelmente sete ou oito, para eu me sentir pronto para a empreitada. O motivo é que eu, fundando essa igreja, seria o sumo sacerdote, não dá para ser sequer pastor de ninguém apenas memorizando um texto sacro, seja ele qual for. Se conhecimento fosse sabedoria ou santidade, o messias seria um computador. Não é na memória que se deve guardar com mais carinho um conhecimento, é no coração. A memória falha.

Eu não sairia caçando seguidores, muito menos oferecendo três milagres pelo preço de dois para tirar fiéis de igreja alheia. Eu estaria em busca de gente que pudesse me ajudar a fundar a igreja, sem colocar anúncios em jornais para isso. Os que eu conseguisse seriam treinados nos mesmos moldes em que eu tiver sido, até estarem em condições de me ajudar. No decorrer dos treinamentos, que não durariam menos de um ano, cada um demonstraria seus talentos e sua competência, o que diria então qual seria seu grau na hierarquia da igreja, e também os ônus correspondentes. A função deles seria de sacerdócio, não existe bonificação nenhuma em ser (um legítimo) sacerdote na Terra. Os estudos não acabariam com os treinamentos para o início dos trabalhos, estariam apenas começando, inclusive para mim. Disto vocês podem imaginar que eu não conseguiria nem doze sacerdotes, principalmente porque NINGUÉM poderia viver do sacerdócio, ninguém poderia receber presentes caros dos fiéis, dispor à vontade dos recursos da igreja, enfim, precisariam ter vocação para a cousa. O dinheiro sairia de nossos bolsos, no começo. A contribuição dos fiéis seria livre. Então não haveria templos suntuosos, grandes espetáculos, canais de televisão concedidos ou comprados, enfim, seria tudo muito modesto e honesto.

A quantidade de graduações eu veria durante minha própria preparação, mas a estrutura católica me parece bastante coerente. Só não haveria discriminação às mulheres, como não houve no cristianismo original. Gingles e propagandas, como se fosse uma loja, estariam previametne banidos.

Nossos seguidores seriam co-responsáveis pela igreja. Pode-se dizer que eles fariam parte de sua hierarquia, pelo que também seriam cobrados em sua conduta, decerto que com possibilidades de ascensão. Eles teriam participação activa nos ritos e seriam encorajados a estudar e meditar, trazer novidades e divulgar nossos calendários. Aos sacerdotes caberia prestar atenção aos presentes, para detectarem qualquer sinal negativo; teriam sido preparados para isso. O amparo espiritual e psicológico ao seguidor faria parte da rotina.

As crianças seriam tratadas como tesouros. Seriam estimuladas desde cedo, desde a mais tenra idade, encorajadas a aprender sempre, raciocinar sempre. Mas principalmente a interagir e perceber que dependem umas das outras. Brincadeiras e jogos seriam elaborados para tanto, o contacto com o livro viria bem antes de colocarem suas mãos no plástico do computador, por meio de leitura de contos e fábulas. Dentro da comunidade, os petizes seriam estimulados a extravasar sua energia e aproveitar sua infância ao máximo, para evitar que se tornassem adolescentes insuportáveis, porque os suportáveis já enlouquecem seus pais o suficiente. Tão logo pudessem, passariam a ajudar em tarefas mais simples e seguras.

A juventude, essa incomrpreendida... por si mesma. Um ritual de passagem, por volta dos dez anos, marcaria o fim da infância e o início da vida de responsabilidades. Já acostumada a ajudar, a criança entraria na puberdade consciente de que a vida não é feita de brincadeiras. A preparação para o rito envolveria a família inteira, não duraria menos de uma semana. Ao fim da passagem, o jovem receberia uma vassoura e limparia o que sobrou da celebração. Seria o início da preparação para a vida adulta.

A passagem da adolescência para a vida adulta seria um pouco mais dramática, por volta dos dezesseis anos. Já acostumado a dormir na casa de colegas de igreja, ele moraria por uma semana em um apartamento, ou um quartinho, onde teria que fazer todas as tarefas domésticas e ainda se mostrar apresentável, como é com qualquer adulto.

A vida social seria intensa, mas sem futilidades. Bailes, festivais, apresentações, enfim, tudo o que pudesse ser oferecido para estreitar laços, seria providenciado. Apesar da sobriedade das celebrações, que se prestaria apenas para facilitar a conecção do seguidor, as artes seriam uma constante na comunidade. Talentos seriam estimulados e aprimorados.

Ninguém passaria por privações, todo o básico seria fornecido ao fiel em dificuldades, enquanto a comunidade o ajudaria a sair da situação. Caridade externa também faria parte da rotina, e envolveria ostensivamente os jovens, para que aprendessem a se condoer do sofrimento alheio.

Os empresários, adulados em igrejas de fachada, seriam cobrados pelo seu comportamento e pelos salários que pagassem. Não seria tolerada sonegação de espécie alguma, todas as actividades deveriam estar dentro da lei e da boa conduta. Aliás, o tratamento dado às domésticas seria especialmente observado. De que adianta repetir "Meu Deus! Meu Deus!" e sussurrar "Meu dólar! Meu Dólar"? A quem o sujeito quer enganar? Mais uma vez, teríamos poucos fiéis... Provavelmente nenhum político.

Casamentos, sim, celebraríamos, na presença de um juiz de paz. A decoração do templo não seria meramente estética, como é em quase todos os casos, ela seria elaborada para que os noivos, da porta até o altar, tivessem a gradual consciência de que estão mudando de vida, que nada será como antes e que a solteirice ficou definitivamente para trás. Sim, também haveria uma preparação prévia para os noivos, que não poderiam se casar sem conhecer bem os principais defeitos do outro, mas conhecer no dia a dia. Amar um prato com um grande pedaço de torta é fácil, amar um prato cheio de gordura para se lavar é que são elas, todo prato precisa ser lavado de vez em quando. Aos dois ficaria o aviso de que sob hipótese alguma deveria haver hierarquia dentro de casa, a não ser que um dos dois fosse claramente mais preparado para a vida do que o outro, mesmo assim uma queixa sempre poderia e deveria ser feita a um sacerdote.

A hora inevitável da morte separaria o ente querido de seu corpo, que não seria mais seu, e conseqüentemente de sua comunidade. A vontade do desencarnado seria respeitada, mas seria encorajada a doação de órgãos. O funeral seria rápido, dando tempo apenas para as despedidas. O luto seria assistido por gente capacitada e toda a comunidade ajudaria a família a retomar sua vida, que de quem foi o Meste cuida.

Gente de fora poderia aprticipar, por que não? Mas do grosso ficaria de fora, já que a maioria das actividades demandaria uma iniciação que só os fiéis teriam, necessária ao funcionamento da igreja. Convidados poderiam assistir à maioria das peças, filmes e festivais, bem como de alguns passeios e excursões. Mas não se pode dar certas regalias a quem não se comprometer à continuidade, o que só poderia ser cobrado dos seguidores. A aceitação na comunidade dependeria de uma investigação, entrevistas e análise do clero. Seria aceito o casamento com gente de fora, mas não poderíamos nos responsabilizar por ele, embora não fossemos abandonar nosso seguidor.

Em linha gerais, seria isto. Quanto à doutrina, os sacramentos, et cétera, eles apareceriam na medida da necessidade, durante a minha preparação. O importante é manter o homem ciente de que é um deus, não um mendigo, para se conformar com as misérias terrenas. Feito isso, todo o resto é supérfulo. É por isso que teríamos bem poucos seguidores... Isso se eu fosse me meter a abrir uma igreja. Deus me livre!

domingo, 6 de novembro de 2011

Se respeitando a gente se entende


Um dos questionamentos mais comuns, especialmente entre os leigos interessados, é a relação com criaturas de outros planos. Os iniciados repetem incessantemente que se deve impôr respeito e respeitar, para se ser respeitado. O problema aqui é que as pessoas ainda têm na cabeça que "respeito" é o mesmo que dominação, ainda que parcial.

Vamos esclarecer este ponto, mas começando de mais longe, senão os motivos não ficarão claros.

Quando lidamos com gente de... Sim, são gente, mas isto é assunto para outro artigo. Lidando com gente de outras dimensões e espheras, estaremos lidando também com outras faixas vibratórias. O que é isso, para quem acabou de chegar e não sabe onde fica o banheiro? Faixa vibratória é um termo utilizado para designar os limites mínimos e máximos de evolução espiritual, com a qual conseguimos lidar sem maiores precauções. Há gente menos e mais evoluída do que eu, neste mundo, mas a diferença não é grande o bastante para inviabilizar nossa convivência presencial, eu não vou queimar nem ser queimado por ninguém se me aproximar de um cidadão, porque a faixa vibratória dele é muito próxima à minha. Para terem uma idéia, há entidades que precisam recorrer a outras mais baixas, quando querem se comunicar com alguma pessoa comum, porque o contacto directo queimaria rapidamente os perispírito. Há muitos níveis abaixo e acima do nosso, onde a faixa de convivência é muito mais ampla.

Funciona assim: Os pensamentos que conseguimos manter sem esforço é que moldam o que nós somos, influenciando na potência de nossa aura. Quanto mais autruísta e elevado é o pensamento médio, mais rápido nossos chakras giram, acelerando a freqüência com que nossos corpos astrais, que formam nossa aura, vibram e mais forte é a luz que eles emitem. Por isso também devemos estar atentos aos nossos pensamentos, eles revelam cousas que teimamos em guardar no subconsciente. Para a maioria absoluta dos que estão encarnados, os pensamentos são secretos, mas para qualquer desencarnado e qualquer criatura de outras dimensões, eles estão claros e inequívocos à sua frente, como uma confissão de tudo o que se fez e de nossas reais intenções, não importa se conseguimos enganar até o polígrapho.

Quando dizemos que a pessoa deve se respeitar e impôr respeito, é porque quem não se respeita acaba gerando um padrão vibratório baixo, com pensamentos de auto piedade constantes, se fadando ao fracasso por antecipação. O que um ascencionado vai conseguir com uma pessoa assim? Em quê alguém que só pensa na própria deficiência psicológica, poderá ajudar nos trabalhos mais elevados? Alguém assim não se considera digna de receber grandes responsabilidades, fechando os canais pelos quais poderia receber ajuda para exercer o trabalho. Que canais são esses? Inúmeros. Desde receber instruções directamente dos guardiões do planeta, até mensagems subliminares e ajuda de pessoas encaminhadas para isso. Por isso dizemos que o mestre só aparece quando o aluno está pronto para receber a lição. A maioria de nós se nega a conhecer a gramática, por mera comodidade, imaginem estudar línguas antigas, mortas e desmaiadas.

Então, para se chegar a uma entidade mais elevada, é preciso ter um padrão vibratótio mínimo, com um  mínimo de viés de alta, porque com esse viés algumas adaptações podem ser feitas e a convivência viabilizada. Quando eu falei em queimar, não estava sendo metafórico, o perispírito de uma pessoa comum pode ser muito danificado com a aproximação de uma Mestra Rovena da vida, dando espaço para obsessores e vampiros astrais agirem livremente. Por isso a descida e materialização desses seres às nossas profundezas é tão rara, e sempre cercada de uma adequação do ambiente, uma espécie de "luva mística" para nos preservar. Agora imaginem os seres chamados de Anjos descendo... Sem comentários.

Dentro da faixa vibratória da humanidade, baixa pra cacilda, diga-se de passagem, há uma minoria crescente que se aproxima bastante do limite superior, com um bom viés de alta, que serve de excelente ponte entre as espheras superiores próximas a esta. Essas pessoas são as que conseguem manter seus pensamentos mais ou menos elevados por um período bastante razoável de tempo. São pessoas assim que as entidades escolhem para representá-las, porque não alimentam pensamentos de auto-piedade, não se mantém obcecados por uma revanche, com isso conseguem manter um mínimo de respeito próprio. Assim, podendo olhar as entidades mais próximas de frente, sem querer afrontar e sem permitir afrontas, a pessoa se mostra pronta para os serviços que precisa executar, porque já tem maturidade espiritual suficiente para não fraquejar e para responder á altura quando for convocada a dar explicações.

Não é necessário ser santo para tanto, até porque quem é santo já não reencarna mais. Respeitar-se inclui não se envenenar com as porcarias inúteis que vendem como factor de "liberdade", de "maturidade", de "masculinidade" e outras besteiras ideo-mercadológicas do tipo. Mas ninguém será barrado por causa de um chope, de uma taça de vinho, de um churrasco de vez em quando. Quem está lá em cima sabe que aqui em baixo é muito difícil abrir mão de tudo. O corpo humano suporta uma quantidade de álcool, de carboidratos, de gordura, de hormônios, enfim, suporta a vida "moderna" bem dosada. Quando for necessário jejuar, eles mandam avisar. Não faça ou deixe de fazer só porque alguém não gosta, apenas respeite o corpo que habitas.

Por que falei tanto sobre assuntos tão diversos? Porque todos eles estão intimamente ligados ao respeito por si mesmo. Alguém que cede facilmente ao apelo de um prazer, sabendo que vai se lascar, e provavelmente lascar mais alguém, não está se respeitando. Alguém que pede esmolas porque não quer trabalhar, e conheço gente assim, não está se respeitando. Quem se submete ad aeternum a constrangimentos que nada acrescentam e nada queimam de seu karma, não está se respeitando. Quem senta e espera que alguém venha resolver seus problemas, sem dar um só passo para isso, não está se respeitando. Quem se submete ao radicalismo ideo-dogmático, tentando forçar os outros a aderirem, não está se respeitando nem ao próximo. Estes e muitos outros casos focam o pensamento abaixo da linha do tórax, reincidentemente abaixo do ventre, deixando a pessoa presa ao estágio em que se encontra. Quem estaciona, raramente não tenta fazer os outros estacionarem também.

Uma vez estabelecido solidamente o respeito próprio, este traz de carona a capacidade de se colocar na pele do próximo. Aqui está o pulo do gato, a pessoa que se enxerga razoavelmente bem como merecedora das graças que almeja, não simplesmente alguém a quem o mundo tem obrigação de sustentar, começa a reconhecer que os outros também merecem e precisam, fomentando o respeito mútuo que quase não existe desde que caímos aqui. Perceberam? Respeitando realmente o Deus que há em ti, respeitarás também o que habita o outro, simplesmente porque é o mesmo. Os nossos tutores, ou deuses (O Criador é um só) não estão interessados em elitizar e exclusivizar seus contactos, eles querem é nivelar a humanidade inteira, mas por cima.

Estamos entendidos? Então sim, podemos nos comunicar com os elementais, seus reis, com devas, mestres ascencionados e quem mais se interessar em manter contacto, com naturalidade e sem medo, porque o medo também mina o respeito próprio.

sábado, 29 de outubro de 2011

É dia de Tiamat


Entre as maravilhas do mundo antigo, estavam os jardins suspensos da Babilônia, mas com certeza a mentalidade subterrânea da Babilônia não tinha nada de maravilhosa.

Embora não exista uma linha vermelha mostrando onde teremina e começa uma era, são os babilônios que marcam oficialmente o início do julgo patriarcal. O facto é mostrado na mitologia, onde Marduk corta ao meio o corpo de Tiamat, após uma longa batalha, fazendo assim o vácuo entre céu e terra. Kingu, filho de Tiamat, foi assassinado e seu sangue misturado à terra, com o corpo da mãe, de onde teriam feito surgir os humanos, que deveriam adorar os novos deuses.

Certo, vamos raciocinar. Nossos leitores estão carecas de saber que ninguém está sofrendo aqui em baixo por maldade do Criador, e como Ele não é mau, não faria sentido criar almas em lugars inóspitos onde elas não teriam chance alguma, além de ansiarem por uma morte rápida e misericordiosa. Nós caímos neste mundo, nós fazemos parte das hostes dos anjos caídos, estamos aqui por nossa total e exclusiva imbecilidade. Lembrados? Então vamos adiante.

Marduk jurara que seria o mais adorado dos deuses, típico do machão mimado que quer ser o macho alpha a qualquer custo. Não satisfeito em vencer (jura que venceu?) Tiamat, a executou de modo cruél, com requintes psicóticos de quem não quer deixar dúvidas do que aconteceria a quem o contrariasse. Depois disso, a Rainha Dragão passou a ser descrita como uma serpente, uma criatura perversa e ardilosa, transformando sua severidade típica em crueldade gratuita. O acto de cortar o ventre dá bem idéia do que realmente significa, que a posse do corpo que veste não caberia mais à mulher, e sendo o corpo a única ferramenta de que nós dispomos neste orbe, é dizer claramente "A mulher pertence ao homem". Depois vem a imaturidade típica dos machões, de querem aprovação incondicional da sociedade: Criar a humanidade para que fosse serva dos novos deuses... Vamos pensar um pouco nisto aqui. Os ritos mais antigos à Tiamat incluíam sacrifícios humanos, mas isto se estendia a todos os outros deuses, porque ela era uma "sargentona irascível" que metia medo na humanidade (ainda mais) acomodada em seus prazeres (do que hoje) e desejosa de que a divindade lhes desse tudo na boquinha, acabou sendo muito impopular e marginalizada. Quem tem uma mãe austera sabe que com ela isso não existe. Com o tempo, os ritos foram se abrindo e os sacrifícios rareando, mas é claro que ninguém precisa saber disso, a mulher tem que ser a causa primária e única de todos os males da humanidade, portanto, Tiamat tem que ser a contraparte do dragão, rainha dos infernos e toda essa patuscada que imperadores "convertidos" ao cristianismo empurraram bíblia adentro. Querem civilização mais misógina do que Roma? Essa misoginia surgiu justo pela resistência das matronas ao desejo de dominação e apego aos prazeres, que estavam se disseminando rapidamente. Assim como com Tiamat, foi pela força bruta que calaram as matronas. Mais informações, que devem ser bastante filtradas pela peneira do teu discernimento, aqui, aqui, aqui e aqui.

Tiamat não é má e muito menos cruél, ou não seria uma auxiliar próxima do Mestre, comandando os elementais do fogo e ajudando a reabrir os portais, que se fecharam quase totalmente na idade média. Tiamat é uma criatura, portanto tem a mesmíssima origem que nós. É boa, generosa, até carinhosa quando as condições permitem, mas é dura, austera, chega a ser marcial quando se faz necessário. Trata seus seguidores como filhos... Está sempre com o chinela na mão para prevenir malcriações. Tampouco é o ser horrendo que descrevem, até porque nas descrições mais antigas é retratada como uma mulher com cauda, que eu diria ser dos andrajos de rainha. Sua severidade não se aplica só aos seus pupilos, também a quem os ameaça. Quem lhes chega com perversidade, tentando destilar neles o veneno de sua alma enegrecida, corre riscos que não imagina. Ela simplesmente diz ao pupilo "Deixe nas minhas mãos", afinal ela é também um tipo de anjo vingador, que extirpa o mal da forma que nós mesmos escolhermos; a maioria escolhe com muita dor.

Na realidade ela é de uma beleza intensa, difícil de se enfrentar, porque é também muito opulenta, já que é especialista também em fertilidade, que quando somada à agressividade dos dragões, nós sabemos que efeitos tem. Trata-se de uma figura que por si exala poder e sensualidade. Eis aqui um ponto ela consegue ajudar muito, especialmente nos dias deturpados de hoje, ensinando aos seus pupilos a controlar a energia sexual, tendo ciência de suas limitações e controle sobre seus talentos. Não, Tiamat não dá cursos de cinema pornô, quem pensou nisso está com a cabeça no mesmo nível dos babilônicos daquela época. Energia sexual não se presta apenas para jogar esperma fora, pode e deve ser canalizada para potencializar seu senso se sobrevivência, sua capacidade de aproveitar os bons momentos (sejam quais forem) ao máximo e saber dividir essas conquistas com alguém.
Queridos, sexo com a intenção exclusiva de se satisfazer tem três categorias: onanismo, prostituição e estupro. Sexo sem máculas, é troca. Não um se servindo do outro, mas um servindo ao outro, e é justo abrir mão de si mesmo que nós não admitimos! Por isso fizemos baderna nos arredores de Capela, por isso fomos mandados de um mundo altamente evoluído, para um altamente selvagem e perigoso, com  sismologia instável, grande actividade vulcânica, animais ferozes e tudo mais. O tipo de sexualidade que Tiamat ensina, prepara, turbina e enche de acessórios, é aquele em que um serve ao outro. Alguém aí lembra de episódios em que moleques agrediram moças que não queriam lhes dar bola? Lembram, né? Então estamos entendidos.

Quem quiser evoluir pelos caminhos de Tiamat, logo aviso que ela exige disciplina, responsabilidade, dedicação, disponibilidade para trabalhar fora do corpo, lembrar de seu aniversário no dia 31 de Outubro. É uma mulher durona, que intimida só com sua figura. Uma aparência aproximada é a de Hedy Lamarr, que representa bem o que eu disse até agora.

Hedy foi conhecida por sua beleza extraordinária, seu talento e sua capacidade de intimidar sem fazer força. Foi infeliz no matrimônio, pois os homens queriam domá-la, o primeiro chegou a agredi-la por uma peça ousada que fez, antes de ir para Hollywood, mas ela nunca deu uma segunda chande aos sujeitos, com isso nunca sofreu outra agressão de um homem. O que poucos sabem é que ela era um gênio matemático, contribuiu activamente para a derrocada do nazismo (outro regime misógino) e não levou um centavo por isso, só tendo seu papel revelado após seu desencarne, pela filha. A austríaca sempre foi uma mãe disciplinadora. Outra lição que Tiamat ensina: Exijam respeito. Não sejam maus, mas exijam respeito, ou ela mesma não os respeitará.

E não esqueçam, pupilos flamejantes, Halloween é também aniversário de Tiamat, não vão deixá-la zangada!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Que céu é esse???

Putz! Quem diria! O inferno é lá em cima!

Me reservo o direito de não dar nome aos bois, até porque não sou da Polícia Federal e criminologia não é o ramo deste blog. Apenas condensarei de modo caricato o que já cansei de ouvir de dogmopatas, porque não dá para levar à sério quem leva ao pé da letra textos feitos há milênios, com séculos de diferença entre eles, e que passaram por dezenas de traduções e adaptações, estas nem sempre bem intencionadas.

)~!~!~!~!~!~O-!0!-O~!~!~!~!~!~(

Se você tem tatuagem, você é um servo do diabo, você vai pro inferno! Não importa o motivo de tê-la feito. Pode ser por amor, por exigência do emprego, por tradição familiar de tatuar o brasão em local discreto e só visí vem na completa nudez, não importa que tenham feito à força! Se você tem tatuagem, você vai pro inferno!

Pode fazer caridade, ser mais honesto do que a honestidade, perdoar o próximo independente do que ele tiver feito, dar sua casa para aquela famíla que foi despejada; você vai pro inferno!

Usar mini saia então, é jura de amor ao demônio! A mulher é propriedade do marido e deve se guardar só para ele, se trancar dentro de casa, fechar as janelas, desligar a tevê, não ler mais coisa nenhuma que não for da nossa igreja, proque quem casa se submete ao homem. Os tornozelos de uma mulher só devem ser vistos pelo seu amo e senhor. A mulher realmente cristã pode ser uma megera, uma monstra, uma ladra do erário, uma usurpadora do dinheiro público, uma vendedora de armas ilegais, pois por sua postura de submissão ela vai para o céu, desfrutar da glória eterna, tocando harpa com os anjinhos e rindo das pecadoras a morrerem continua e eternamente no inferno! Beleza é castigo de Deus pelo pecado original que as mulheres criaram sozinhas há seis mil anos, quando o universo foi criado com pó de pir-lim pim-pim, então deve ser escondida e desfigurada!

Não interessa se trabalha sozinha para sustentar pai, mãe, irmãos, tios, primos, avós e as criancinhas da creche do bairro, ela vai para o inferno! É a obediência cega e irracional à minha interpretação da bíblia que leva ao céu, não ser bom, justo, cordial, autruísta e resignado no amparo e proteção de quem precisa. Se atreveu a ser bela e exibir sua beleza, vai pro inferno!

Ah, mas vocês estão muito enganados, achando que sabem o que Deus quer! Só o meu pastor é que sabe, ele recebe ligações D'Ele em todos os nossos cultos. Eu já ouvi a Voz do Criador! Eu, que sou santa e eleita, ouvi o que queimaria os ouvidos de ímpios pecadores como vocês! A voz de Deus parece a daquele radialista que foi demitido por indentivar a misoginia e a homofobia, mas é só uma coindicência.

Ah, como é bom ser crente-doente-farisaica! No passado eu roubei, matei, enganei, traí, destruí casamentos, soneguei, contrabandeei; mas me converti e fui perdoada, desde então meu lote no céu está garantido, é só eu entregar as prestações em dia na mão do pastor.
Lembram de Jack, o Estripador? Ele se converteu e foi pro céu, cercado de anjos do Senhor. Já as pecadoras que ele matou de forma cruél, desumana, sem chance de defesa e de modo a prolongar o sofrimento, mereceram morrer daquele jeito, porque a morte é a paga pelo pecado! Estão no inferno, sofrendo a morte eterna, sendo continuamente rasgadas! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Como qu gostaria de ver essas pecadoras malditas sofrendo!

Essas pessoas que ajudam o próximo, que dedicam suas vidas ao amparo dos necessitados, que fazem campanhas de caridade, gente que perde tempo ajudando pecadores, quando deveria estar adorando e louvando ao Senhor, vai todo mundo pro inferno!

Chico Xavier está queimando! Aquele blasfemador do capeta está morrendo a morte eterna nas garras do demônio a quem serviu! Ele foi honesto, nunca ganhou um centado dos livros que escreveu, deu tudo o que tinha para a caridade, ajudou prostitutas e bêbados, desconsiderou todas as agressões que sofreu, tudo isso para seduzir o POVO DE DEUS para o caminho do inferno! E por isso vai pagar por duas eternidades pelos seus pecados!

Vocês é que escolhem! Venham para a minha igreja AGORA! É UMA ORDEM! Venham e viverão a eternidade ao lado de pessoas santas como eu. Ou amargarão o inferno eterno, ao lado de Chico Xavier, Elvis Presley, Merylin Monroe, Albert Einstein, José Saramago, Clara Nunes, Freddie Mercury, John Lenon, Mário Lago, Derci Gonçalves, Bussunda, os Mamonas Assassinas e todos os outros pecadores dessa estirpe!

 - Essa gente toda tá no inferno?

 - Eles e muitos mais! E então, o que vão escolher? Escolham agora!

 - Putz que paralho, meu! Esse inferno é o paraíso!

 - Vamo pro inferno, gente!

 - A gente tá indo, seu Capeta!

E é assim que os dogmopatas fazem campanha pró-inferno, e se tornam mais satanistas do que cristãos, porque é pela crença no castigo que eles perseveram, nem sempre na recompensa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Equívocos conceituais sobre ser religioso

Viu? Ele é manso com os de coração manso!

Às vezes me pego pensando (de vez em quando eu consigo) em temas diversos, quase sem querer chegando a questões que contrariam o senso comum. Alguns até contrariam dogmas e hipocrisias muito arraigados no imaginário popular, alimentados pela ganância de sacerdotes despreparados e/ou inescrupulosos.

Por exemplo, quem disse que um religioso tem que ser pobre? Não, não está na bíblia cousíssima nenhuma! Não mesmo! Ou Jesus não teria feito parábolas colocando personagens ricos como exemplos de virtudes, embora a maioria até hoje seja uma lição de vícios.

Quem estuda à sério sabe que a riqueza é mais uma provação do que uma dádiva, uma provação à qual é esperado que o espírito sucumba, porque o poder costuma acompanhá-la. Da mesma forma sabe que pobreza não torna ninguém humilde. Uma pessoa rebelde, que continua alimentando os baixos instintos, se considera vítima de tudo o que acontece e joga nas circunstâncias a culpa por seus erros, pode facilmente vencer um concurso de pedância que inclua os maiores magnatas do mundo entre os concorrentes. E de pobres com essa mentalidade, o mundo está cheio; pobre que compra producto roubado ciente da origem e sem se importar com o custo da pechincha.

O dinheiro não corrompe quem não estiver propenso. Eu conheço exemplos numerosos de pessoas que esnobaram esse diabo e o têm sob rédeas curtas, inclusive por terem recusado ganhar em cima da credulidade alheia. Mesmo assim são pessoas prósperas, com alto padrão de vida. Mas são também pessoas caridosas, que ajudam quem precisa, facilitam que se consiga um emprego, não têm medo de pegar no pesado.

É o infeliz vício (especialmente do cristão) de se colocar nas coisas e nos outros a culpa pelo seu mau comportamento. Culpar a cachaça, culpar a minissaia, culpar a adrenalina, culpar o dinheiro, culpar a tonga da mironga do cabuletê, mas nunca se manter longe do que alega ser sua tentação. O buraco da agulha é maior do que se pensa.

Quem disse que um religioso precisa ser passivo? Sim, porque as pessoas confundem pacifismo com passividade. Confundem não-agressão com ser saco de pancadas.
A defesa se conclui com a dominação do agressor, não precisa ir além disso, mas as pessoas teimam em nutrir a idéia com acento de que a vitória não está completa sem humilhação. Quando isto acontece, então a agressão muda de lado e a reação do outro é legítima. A força que se presta para a defesa, se presta para o trabalho pacífico; a arte marcial que se presta para neutralizar o oponente, se presta para guiar a espiritualidade do praticante. Ninguém se torna à prova de balas declarando-se neutro e se recusando a proteger suas fronteiras.

Quem disse que o religioso precisa ser feio? Deus por acaso fez as flores mais feias que a biologia poderia sustentar? Fez o pavão com penas cor-de-fezes, pesadas, desalinhadas e fétidas? Não, fez tudo exactamente ao contrário. Fez inclusive belezas que só algumas espécies são capazes de enxergar, visíveis em comprimentos de ondas que o olho humano ignora. Existe uma gigantesca distância em ter beleza e ser escravo dela. Eu conheço um sem fim de moças com belezas intensas que não se renderam á sua tentação. Porque beleza também ainda é uma provação, das mais graves, aliás. Ter beleza acima da média e não se sentir tentado a enriquecer ás custas da ruína de uma família não é para qualquer um, mas eu conheço mulheres que saíram vitoriosas desta contenda.

Feiúra não é garantia de ascensão, ou alguém aí pensa que Rasputin tornou-se santo por ter sido monge? O melhor que uma pessoa bela pode fazer, é usar de sua beleza para empatizar e reunir gente para fins dignos. Algumas eu conheço pessoalmente, e fazem esse serviço quase sem querer, simplesmente porque não se imaginam seduzindo alguém por motivos egoístas.

Quem disse que o religioso precisa sofrer? Esta crença é a pior praga do cristianismo deturpado por Roma. Sofrimento é um remédio amargo para o espírito expurgar suas mazelas, mas ele só acontece (salvo pela perversidade humana) na medida do necessário e pelo período que for necessário. Quer dizer que o Criador inventa almas para nascerem em lugares miseráveis e sem a mínima chance, só para pagar por pecados que eles não cometeram? Ah, tem dó! Assim, fosse, os carrascos não usariam capuzes para esconder seus rostos, e teriam lugar cativo na galeria de santos do Vaticano.

Quem disse que o religioso precisa crêr cegamente? Amigo, se a tua fé precisa da tua abstinência da pesquisa científica, me perdoe, mas ela é pífia, e sendo pífia pode tornar-se violenta com muita facilidade.

Quer maior fonte de sabedoria na face na Terra do que Jesus? Sim, ele se uniu a gente simples e ignorante porque aquela gente é que estava disposta a seguir seus preceitos, porque é muito fácil capacitar um homem honrado, dar honra a um orgulhoso de suas capacitações é muito difícil. provavelmente nenhum apóstolo tornou-se um doutor da lei, mas qualquer um deles, no fim da vida, era capaz de constranger os fariseus.

Leitores, Deus não contraria suas leis, não há motivos para ter feito a matéria se atraindo só para forçar sua separação. Isto é infantilidade. Quem tem conhecimento, tem tranqüilidade com trema daquilo que fala, não precisa atacar os outros e não se importa com opiniões alheias,

Aliás, quem disse que o teu jeito de orar é melhor que o do outro? Cuidado ao apontar o cisco no olho do outro, porque a trave no teu olho já está infeccionando. Nada nem ninguém é bom ou mau só porque lhe parece, deixe de preguiça e investigue. Aprenda ou consulte quem conhece línguas mortas para arejar tua cabecinha embolorada.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os chateus!

Na Santa Vontade de Deus.

Eu já cansei de levar esses maníacos a sério. Não vale à pena. Foi-se a boa época dos ateus que na dúvida, ficavam a observar para tirar conclusões. Embora esses bons cidadãos ainda sejam maioria, um número expressivo de aborrescentes com mãos peludas está fazendo o estrago que todos os ateus do mundo, juntos, não conseguiriam.

Em uma caixa de comentários de qualquer jornal, qualquer um mesmo, não pode-se escrever "graças a Deus" ou "Jesus Cristo!" que logo vem uma horda de desocupados a atacar os comentaristas, exigindo (isso mesmo, exigindo) que nunca mais se toquem "nessas superstições" perto deles, que "deus não tem nada a ver com isso", e o escambáu.

Eu cunho então um novo termo: Chateu.
Sabem aqueles crentes doentes que interpretam ao pé da letra tudo o que a bíblia diz? E que depois passam a interpretar ao chulé da letra tudo o que as pessoas dizem? Que babam de raiva quando vêem alguém escolhendo um incenso na sessão de espirituais do hipermercado? Que choram porque o arrogante insuportável vai para o céu porque paga dízimo e grita "aleluia, Senhor", mas que a "mãe de encosto" que é tão boazinha vai para o inferno porque fala com espíritos?

O chateu é pior, porque o crente-doente quase sempre é iletrado. É pior porque tem leitura, porque deveria (em tese) ter a mente aberta e abominar discriminações. Mas ele discrimina sem dó. Não tolera a hipótese de um médico ter receitado uma infusão de ervas para um caso suave, ainda que o paciente seja alérgico aos veículos dos alopáticos, porque é "superstição", ou porque "homeopatia é feita de nada". Eu trabalho há nove anos em vigilância sanitária, completos na semana passada, e advirto nossos leitores: Homeopatia funciona e é receitada por quem não tem medo de perder comissão por receituário, ou não dá a mínima para o que os balconistas de drogarias com diploma de medicina vão pensar a seu respeito. Os resultados práticos existem, mas o chateu não admite que o paciente esteja curado, ele afirma que é ilusão, ou efeito placebo, onde cai em uma contradição básica, pois o efeito placebo provaria que meios não físicos (como a sugestão) são capazes de curar. Mas não aponte essa contradição a um chateu, ele pode querer te bater, igual ao crente-doente.

Já me peguei a pensar se valeria à pena entrar em uma caixa de comentários só para irritar essas pestes, escrevendo algo como "Graças a Deus, meus irmãos! Jesus é misericordioso e essa menina há de ter sua cura, com a graça de Nossa Senhora, porque o médico foi tocado pelas bênçãos dos anjos e evitou o pior. Agora peço a todos os leitores deste jornal que orem por esta família e pelo médico, que demonstra uma cristandade comovente em sua dedicação sacerdotal à sua missão na terra, que há de render-lhe a devida recompensa. Glória a Deus, irmãos!" Imaginem um chateu lendo isto. Um crente-doente já subiria nas tamancas por causa do "Nossa Senhora", o chateu teria uma síncope, se não um AVC.

A argumentação do chateu, como do fanático religioso, é fundamentalista, freqüentemente com trema arrogante ao extremo, como se dissesse "Eu é que sei a verdade, vocês são só ignorantes falando besteiras" quando não se lança às ofensas pessoais. Pródigo em fazer citações de cientistas famosos, jura de pés juntos (!) que Einstein era ateu, com base em asneiras de alguém que ligou pontos de várias passagens sem interpretá-las, senão à sombra de sua presunção, e decidiu "divulgar A VERDADE VERDADEIRA E ÚNICA DO UNIVERSO" exctamente como os crentes-doentes fazem. Falta alguém tentar provar que Jesus é ateu... ou não falta?

Algo que muito impressiona aos observadores mais atentos, é que o chateu não percebe que tornou-se um religioso da pior estirpe. O chateu acredita e louva o deus-nada, de onde tudo veio e para onde tudo vai. Só não explica-se de onde o nada tira tudo e como o absorve, não sem tornar plausível um coelho botar ovos feitos de origem totalmente vegetal.

Eu tenho amigos ateus, mas nenhum deles é chateu! Simplesmente porque um chateu não suportaria um minuto de conversa comigo, não sem pular no meu pescoço e me obrigar a aceitar o deus-nada de todo o meu coração e do fundo do meu córtex.

Em mais de um texto, eu procurei defender os ateus racionais da sanha inquisitória dos fundamentalistas dogmáticos. Mas o fiz pensando naqueles amigos que amo como se fossem meus filhos, como a Fabiuska, a Pauluska, o Tércio, o João-bambalalão e outros ateus, que mostram uma dignidade civilizatória de fazer inveja aos suecos.

Chateus, se manquem! Eu sei que o universo não foi feito em seis dias e que o Criador não descansou no sétimo. Qualquer um que estude à sério as escrituras sabe que isto são códigos e metáforas, algo dito do modo como era possível, da maneira como as pessoas da época podiam compreender. Dizer que o homem conviveu com os dinossauros, alegando que seis mil anos são muito tempo, é querer me fazer de pateta. O carbono-14 não mente, ele não sabe falar! Respeitem os outros como querem ser respeitados. Eu detesto futebol, por mim os campeonatos profissionais seriam extintos, mas respeito quem gosta e não encho paciência de ninguém, entrando em fóruns que não me dizem respeito para xingar quem escreve "drible" ou "show de bola" por força do hábito.

Antes que algum chateu venha a me encher os pacovás, eu conheci um ateu de carteirinha, com doutorado em história, que há uns quinze anos converteu-se à Igreja Batista, e hoje é um cristão feliz e de bem com a vida, na Glória de Cristo e sob a Bênção de Deus. Eu também já fui ateu, mas chateu, graças a DEUS, nunca.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Faculdade de Espiritismo

Professora, posso deixar a lição pra próxima encarnação?

Pois é, minha gente, demorou a aparecer, mas finalmente há uma opção com viés mais científico no mundo da teologia. Além de católicos, protestantes, judeus e muçulmanos, os espíritas e simpatizantes do espiritismo também poderão ter seu diploma de teologia. Eis o e-mail que minha irmã mandou:
"
Primeiro Curso Superior de Espiritismo no País


Se quiser saber mais, entre no site: www.falec.br
 
Começa a funcionar no ano que vem o primeiro curso superior de Teologia  Espírita do Brasil. O estudo da Doutrina dos Espíritos, codificada pelo educador  e pesquisador francês Alan Kardec (1804-1869) há um século e meio, não  será mais exclusividade dos Centros Espíritas espalhados pelo País. A partir do
ano que vem os adeptos da doutrina poderão estudá-la, com direito a diploma,  beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o   Ministério da Educação ao autorizar em setembro o funcionamento do  primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na
Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR). A idéia do curso  é  formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do Espiritismo, diz  Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo e  idealizador do curso de quatro anos.
 
As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os  candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também  por uma entrevista com especialistas. É uma forma de avaliarmos melhor os  interessados, assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa, explica Cruz

As bases da doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o  Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias  encarnações.

Um dos objetivos do curso é a análise do espiritismo em suas linhas  religiosa, filosófica e científica. A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas.
 
É preciso dar massa crítica e espírito investigativo à obra de Kardec, analisa Cruz. Nicete Bruno, espírita desde a juventude, aprova a criação da  universidade. No âmbito coletivo, o estudo dos fundamentos espíritas  contribuirá para desmistificar muitos aspectos do espiritismo. E quem se  habilitar a fazer a faculdade com certeza ganhará muito em autoconhecimento, afirma a atriz.
 
O espiritismo surgiu na França no século XIX e tem no Brasil hoje sua  maior comunidade. Segundo o último censo do IBGE são 2,34 milhões de adeptos. Como se estima que os espíritas assumidos em todo o planeta não passem de 15  milhões, pode-se dizer que o Brasil é o país do espiritismo. Foi também em solo brasileiro que viveu Francisco Cândido Xavier (1910-2002), considerado o  mais produtivo médium espírita. Em sua longa vida, Chico Xavier, como era  conhecido, psicografou 418 títulos sob inspiração do espírito Emmanuel. Seus livros  correram o mundo e chegaram ao volume de 25 milhões de exemplares vendidos.
 
Não pensem os mais afoitos, no entanto, que a escola é uma versão  brasileira de Hogwarts, a escola de formação de bruxos dos livros e filmes de Harry  Potter,  personagem criado pela britânica J.K.Rowling.

A essa turma, o criador do curso Maury da Cruz manda um recado:
Não  vamos formar bruxos, videntes ou médiuns, muito menos ensinar a ver  fantasmas, brinca ele.


 Vejam a grade curricular :

 

Disciplinas
Períodos e Carga Horária
Total
1ª Série
2ª Série
3ª Série
4ª Série
Língua Portuguesa
40
0
0
0
0
0
0
0
40
Ética
40
0
0
0
0
0
0
0
40
Sociologia Geral
40
0
0
0
0
0
0
0
40
Introdução à Filosofia I e II
80
80
0
0
0
0
0
0
160
Fundamentação Doutrinária Espírita
80
0
0
0
0
0
0
0
80
Informática Básica
80
0
0
0
0
0
0
0
80
Metodologia Científica I e II
40
40
0
0
0
0
0
0
80
Psicologia Geral
0
40
0
0
0
0
0
0
40
Literatura Espírita
0
80
0
0
0
0
0
0
80
Introdução à Antropologia
0
40
0
0
0
0
0
0
40
História das Religiões I, II e III
0
80
40
40
0
0
0
0
160
Ética Espírita
0
40
0
0
0
0
0
0
40
Sociologia Espírita
0
0
80
0
0
0
0
0
80
História do Espiritismo I e II
0
0
80
40
0
0
0
0
120
Estética
0
0
40
0
0
0
0
0
40
Psicologia e Espiritismo
0
0
40
0
0
0
0
0
40
Filosofia Espírita I e II
0
0
80
80
0
0
0
0
160
Doutrina Social Espírita I e II
0
0
40
40
0
0
0
0
80
Cosmologia e Física Quântica I e II
0
0
0
40
40
0
0
0
80
O Evangelho Seg. o Espiritismo
0
0
0
80
0
0
0
0
80
Ensino e Pesquisa Teológica
0
0
0
80
0
0
0
0
80
Projeto Integração e Cidadania
0
0
0
34
0
0
0
0
34
Metafísica I e II
0
0
0
0
80
40
0
0
120
Lógica I e II
0
0
0
0
40
40
0
0
80
Antropologia Espírita I e II
0
0
0
0
40
40
0
0
80
O Livro dos Espíritos
0
0
0
0
80
0
0
0
80
História do Espiritismo no Brasil
0
0
0
0
80
0
0
0
80
Espiritismo Moral e Direito
0
0
0
0
40
0
0
0
40
O Livro dos Médiuns
0
0
0
0
0
80
0
0
80
A Teologia nas Diferentes Ideologias Religiosas
0
0
0
0
0
80
0
0
80
Pesquisa e Monografia I, II e II
"
Me permito discordar, pois nossos leitores sabem muito bem que qualquer conhecimetno que auxilie na compreensão dos vários mundos que existem na Terra, formam sim um bom bruxo. Mas o aviso é oportuno e evita o aparecimento de malucos perigosos, permitindo aos malucos saudáveis aprefeiçoarem sua insanidade lúcida no caminho para fora da roda reencarnatória.

O site da faculdade (aqui) é simples, mas completo para a proposta de uma faculdade que acaba de nascer. Lá mostra que há também o curso de pedagogia (aqui)... Imaginem um bruxo com licença oficial para ensinar. Também tem administração de empresas, que permitirá ao graduado não precisar viver (e enriquecer) de religião, evitando tentações que denigrem o cristianismo no mundo inteiro.

O vestibular foi no domingo passado, por uma taxa de R$ 20,00... Sim, vinte reais revertidos para obras sociais... Faculdade estranha, heim!
Um risco é o diploma inflar ainda mais a soberba de grupos espíritas, que olham com desdém os Pretos Velhos, Exús e outras entidades que não constam no Livro dos Espíritos, mas trabalham para o mesmo fim que livrou Chico Xavier da roda encarnatória. Bem, é um risco que vale à pena.

Mas qual a diferença para as outras teologias? O enfoque. Em princípio, o espiritismo não tem dogmas e por isso não limita o raciocínio do aluno. A parte de metafísica não ficaria na área do "Deus quis assim e assim se fez". As causas e conseqüências tendem a ser estudadas com mais critério.

Infelizmente, por enquanto é só em Curitiba, mas é questão de tempo até que se torne pequena para a demanda... Como? Nunca tinha ouvido falar dessa faculdade? Quase ninguém fora do Paraná, mesmo espíritas de outros Estados, a desconhecem, por isso mesmo peço que divulguem.
Quem sabe, um dia, a faculdade de teologia céltica não sai do mundo das idéias.