sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Fale mais firme!


Às vezes vejo o Livro dos Espíritos e tenho vontade de esfregar nas caras dos autores, algumas coisas que o livro renega e chama de superstição, mas que algumas linhas mais adiante confirma como funcionais, só que com o nome científico e politicamente aceito de magnetismo... E como tem espírita chato! Como tem espirichiita tentando me demover de coisas que eu constactei terem funcionado!

Bem, deixemos os dito para lá, por enquanto, e vamos ao texto que o gancho trouxe. Vocês se lembram do filme O Exorcista? Claro, é um clássico do gênero, que depois descambou em papagaiadas de sustos sem função em filmes correlatos. Vocês sabem qual foi o erro do padre, não sabem? Ok, aos que ainda não entenderam a lição daquela cena, eu vou dizer o que faltou ao padre: AUTORIDADE. O pateta se deixou dominar pela culpa, não controlou os próprios pensamentos e se considerou subalterno do obsessor. Agiu não como um banidor, mas como um soldado se revoltando contra o oficial.

Vamos entender. O que diferencia um cidadão que faz trevosos correrem só de olhar para eles, de outro que berra discursos prolixos e só consegue arrancar risadas, e talvez eles saiam só para terem o espetáculo novamente, mais tarde? Ele tem autoridade. Ele não modula a voz e franze o cenho para conseguir um papel em um filme de pancadaria, expressão e voz não são causas, são conseqüências. Ele está realmente aborrecido, a situação o desagrada e ele se decide a resolvê-la. Sabem aquelas professoras que te fazem calar a matraca e se comportar só um olhar? Eu sei que são raras, tão raras quanto necessárias. É disso que eu falo. Ela não evoca seu título, sua posição social que hoje não é sequer sombra dos meus tempos de escola, nem mesmo o estatuto do servidor público se for o caso. Ela manda ficar quieto, e tu ficas quieto. Ela manda sair da sala, e tu sai da sala. Ela manda ir à secretaria, e tu vais à secretaria mesmo sabendo que estás ferrado.

É por isso que para ser um mago de respeito, não adianta memorizar um milhão de feitiços e evocações, porque isso não te garante se um dia eles se voltarem contra ti; acredite, um dia eles voltam e não será um contra-feitiço que salvará tua pele, não ele sozinho. Chegará o momento em que serão só tu e as criaturas de outros planos. O que farás então? Ligar para a polícia? Eles não ficarão esperando o camburão do bope dos exús chegar para te darem uma lição. Se tiveres consciência de tua força e tranqüilidade para exercê-la, simplesmente mandas todo mundo ir catar coquinho e atirar em quem os enviou, se não tiveres é bom que um mago forte e amigo esteja por perto.

É necessário que o iniciado treine a própria autoridade, não somente sobre outras criaturas e as forças do universo, mas principalmente sobre si mesmo. Não um treinamento meramente protocolar, com hora marcada para começar e terminar, é treinamento contínuo sem data de validade. É preciso ter autoridade primeiro sobre seus medos, porque eles são seus maiores sabotadores, depois sobre as culpas, que são muito pesadas e não te deixam erguer a cabeça para respirar direito. Quando me refiro a medos e culpas, falo de coisas bem mais simples e triviais do que vocês imaginam. Não confundir com desprezo pela dor e pelos sentimentos alheios, isso é psicopatia e custa caro a quem a leva a termo.

Primeiro é necessário ter em mente que o teu sucesso não é a causa da derrocada alheia. Se o outro tiver juízo, vai pegar carona nesse sucesso para construir o próprio. Comer um chocolate suíço, por exemplo, para muita gente é um acto desnecessário de ostentação, alegando que muitos nunca comeram um bombom do fofão. Me digam quantas pessoas saíram da miséria por causa da falência da Varig. É mais ou menos isso, um êxito conseguido por meios éticos e legais nunca deve ser motivo para constrangimento, este que é uma brecha para seres baixos entrarem e sabotarem tuas defesas. Uma das táticas é transformar a culpa em temor pela punição.

Se vais dizer umas verdades a alguém, evite ao máximo magoar a pessoa, mas não tenha pena da mala sem alça que tiver feito por merecer. Uma sacolejada é necessária a todos, de vez em quanto. A tristeza que vier depois, por conta do clima triste que por ventura tiver se instalado, não deve sob hipótese alguma servir de porta para a culpa. É como se um policial se sentisse culpado por ter baleado um meliante que fazia uma criança de refém. Ele pode se sentir triste por isso, se tiver um coração nobre, mas sob hipótese alguma deve sentir culpa ou arrependimento por ter feito a única coisa que poderia ter sido feita. Quem quiser que apresente alternativas para missões futuras.

Uma vez que culpa e medo tenham sido controlados, é hora de cuidar dos pensamentos. Lembrem-se, deixá-los livres e sem controle é como gritar a própria intimidade em via pública, algum malandro vai se aproveitar do que tiver ouvido. Algo útil e colateral de se vigiar os pensamentos, é conseguir diferenciar com mais facilidade os que são realmente teus, dos pensamentos invasores e parasitários. Porque são muitos, talvez vocês AINDA não percebam, mas a densidade de pensamentos soltos a procura de uma cabeça oca e caótica, para fazerem morada, é imensa. Se deixares, te levam para o abismo em um piscar de olhos. Vivo em um lugar particularmente rico desse tipo de resíduos, asseguro que é uma tarefa árdua.

Para quê tanto trabalho? É para que tuas ordens sejam densas, uniformes e compactas. Densas para que não haja um só espaço onde o inimigo consiga colocar alguma sabotagem, uniformes para que ele não encontre defeitos suficientes que lhe sirvam para se apegar, compactas para que tu não se percas em motivos e cerimônias desnecessários. Simplesmente diga "Saia daqui e não volte" da forma como achar melhor, mas não se dê o trabalho de justificar nem mesmo em pensamentos a sua ordem. Querer se justificar é colocar sua ordem em dúvida, é uma falha grave que, uma chance de revanche o outro lado não vai deixar passar.

Seja, nesse momento, como um marechal. Se vão te chamar de reaça, de tirano, de politicamente impatético, não deve ser motivo para tirar teu sono. As pessoas quase sempre não sabem patavinas do que um especialista está fazendo e adoram dar palpites esdrúxulos. Simplesmente diga de modo firme o que desejas. Lembram da história de que a fé remove montanhas? Parece uma parábola, mas o que foi dito é literal. Fale firme aos átomos da montanha, e ela sairá do lugar.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Surto de vampirismo


Caríssimos, a coisa ainda não é alarmante, mas é grave. Há muito tempo venho recebendo queixas de pessoas a respeito. No começo eram casos isolados, mas parece que se tornou uma epidemia. Todo mundo que conhece um pouco da ciência, está reclamando de vampiros de energia que não conseguem localizar.

Ontem, voltando do trabalho, eu senti um pequeno fluxo prestes a sair de mim. Nada fiz além de ficar atento e, para minha surpresa, o vampiro em questão era um cidadão que estava logo atrás, sentado no assento de acompanhante de cadeirante.

Ele não estava intencionando cousa alguma. Meus gestos de tentar aparentemente conter o fluxo, não causavam qualquer reação, visível ou não. Notei com rápidas olhadelas, que ele estava muito, mas muito deprimido, desenganado mesmo. Passei o indicador na testa, para pegar um pouco de óleo e com ele fiz uma cruz na nuca, o que estancou o fluxo.

Novamente o cidadão não mudou seu comportamento. Novamente me pus a pensar no caso, porque eu também tenho notado o aumento de vampirismo que, pelo que percebi, é absolutamente involuntário. Por mais que os governos tentem maquiar a situação geral, com estatística mais compradas do que Fusca 1300, as pessoas estão descrentes com o futuro.

O que isso tem a ver com o vampirismo? Infelizmente, tudo. Uma pessoa em depressão profunda, por exemplo, tende a pensar rapidamente em suicídio, se não conseguir uma distração que seja. Inconscientemente, ela busca algo que lhe dê prazer, e um prazer baixo e fácil é sugar a energia alheia. Eles não fazem de propósito, ao menos enquanto não perceberem o que estão fazendo.

é mais ou menos como uma pessoa que fica presa em uma ilha deserta, e passa a pescar para sobreviver. A intenção dele não é matar o peixe, talvez nem goste, isso é conseqüência do desespero pela sobrevivência. com o tempo, mudando os modos de preparo e usando ervas que porventura encontre na ilha, ele pode passar a gostar do acepipe, mas a intenção primária é se manter vivo até ser resgatado.

Então, caríssimos, antes de mandar um globo de energia torrar o perispírito de um vampiro, façam algo para bloquear a sangria e observem se alguém muda seu comportamento. Porque o problema infelizmente é social e de saúde mental, é generalizado, são milhões de novos vampiros inconsciente pelo país, não dá simplesmente para bloquear todos eles.

Se protejam, vedem seus pontos de energia e fiquem atentos, porque esta situação ainda vai demorar uns bons anos para se resolver.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Deus e os deuses


Monoteístas e politeístas têm se enfrentado ao longo dos milênios, como quase tudo na história, por causa de tradições mal explicadas. Os primeiros levaram a pior durante a maior parte da história, de dois mil anos para cá, a situação se inverteu. Como costuma dizer a Doutora professora Rosane Alencar, os perseguidos tendem a se tornar carrascos piores do que seus antigos algozes. Quem estudou história antiga e medieval, ainda que sem a dedicação necessária, sabe do que estou falando.

Vamos então directo ao assunto: NÃO CONFUNDAM OS DEUSES COM O CRIADOR!!!! Farei um pequeno rodeio para facilitar a compreensão.

Quando Moisés distribuiu cajadadas a torto e a direito, ele não fez por mal... pelo menos não enquanto estava com os nervos ainda sob a pele. Ele fez todo um código de conduta para os hebreus, porque viu logo com quem estava lidando: Um povo que choramingava de fome no Egito, mas depois reclamava que tinham fartura de pão e se sentavam às panelas cheias de carne, mas agora estavam morrendo de sede no deserto.

Qual o momento de maior fúria? Sim, foi o lance do bezerro de ouro. Moisés deveria tê-lo feito criar vida e chifrar todo mundo, mas se contentou em mandar um raio e derreter a tranqueirinha. Depois de novo lá foi Moisés, subindo a ladeira, com duas placas de pedra nas mãos, sabe-se lá sob que temperatura e incidência de raios ultravioletas.

Por que cargas d'água eles, que sempre foram monoteístas convictos, de repente começaram a adorar um bibelô de ouro? Não, não é só por ter sido feito de ouro. Para quem ainda não entendeu, aquilo era magia egípcia, a mesma que eles renegaram durante séculos de cativeiro. Renegaram, mas conheceram muito bem, como Moisés conheceu nos tempos palacianos. O auge do Egito já tinha ficado para trás, e sabemos que Akenaton foi o único faraó a tentar abrir os olhos do povo para o equívoco cometido. Acontece que estávamos (nós estivemos lá, a maioria não se lembra, mas estivemos) pegando atalhos perigosos, adorando fervorosamente as divindades que, no fundo, eram gente como a gente.

Explico: Como em todo o mundo antigo, as pessoas elegiam deuses locais e pessoais, e se reportavam a eles para as rotinas mais triviais do cotidiano. Imaginem como deve ser chato ouvir o dia todo "Oh, grande divindade, sacrifico este passarinho para pedir uma boa noite de sono", "Oh, grande divindade, sacrifico esta lesma para obter saúde sem precisar ir ao médico", "Oh, grande divindade, sacrifico esta bolacha para conseguir um pacote inteiro de graça"... Eram quase todas reportações de caráter egoísta! Gente pedindo a mulher do outro, gente pedindo vingança, gente pedindo a mulher de volta, gente pedindo revanche... Estavam colocando os deuses uns contra os outros! Imaginem a Fraternidade Branca em pé de guerra por causa de mimimi!!! Claro que eles não aceitavam isso! Mas alguém aceitava.

A falta de noção generalizada, não deixava as pessoas atinarem para um detalhe, os deuses que atendiam o pedido sincero e choroso de um pai que implorava para dar de comer aos filhos, jamais aceitariam o sacrifício de uma filha para dar vento e mandar um bando de insanos para a guerra. Fica fácil compreender que várias entidades passaram a atender pelos mesmos nomes, de acordo com o padrão vibratório de quem os evocava. Sabem aquela bipolaridade crônica de Zeus? É por causa disso. Um monte de espíritos baixos atendiam aos pedidos levianos, feito à divindade grega, e por ela recusados.

Acontece que os deuses um dia foram gente como nós. Alguns deles estavam na legião de degredados, só que tomaram vergonha mais depressa e ascenderam rápido, antes mesmo que Atlântida afundasse. Alguns ainda antes, mas é outra conversa. O facto é que estávamos adorando seres humanos, altamente evoluídos, mas seres humanos, usando-os como atalho para conseguir nossos intentos geralmente egoicos e socialmente pouco aceitáveis. Estávamos, e ainda hoje estamos, dando a eles uma carga de responsabilidade e um pedestal que não lhes cabe e de que eles não gostam... mas os trevosos a-do-ram ser bajulados, são como bacharéis que passam raspando na prova da OAB, e exigem ser chamados de "doutor advogado".

Por conta dessa vulnerabilidade, e do incômodo, os próprios deuses começaram a mandar gente dar o recado, gente que foi altamente hostilizada, como Akenaton, os profetas bíblicos, o próprio Cristo, que bem pode ser a identidade real de Zeus... mas como éramos (somos) muito rudes, uma palavra suave e gestos carinhosos não produziam resultados, tinha que ser com gente casca-grossa mesmo! João Batista que o diga!

Mas não era só na África e na Ásia que isso acontecia. O "Meu deus é mais forte do que o seu" permeava o mundo inteiro, inclusive nossa bem-quista Irlanda. Talvez por isso Buda tenha preferido não falar em deuses, quando começou a divulgar o caminho da iluminação; quem o percorresse os encontraria por conta própria, e por fim o próprio Criador. Isso dá aos chateus a impressão, que travestem de convicção, de que um budista é ateu.

As mitologias nada mais são do que parábolas, que relatam muito sucintamente, a criação dos deuses, ainda como seres de baixa vibração, passando pela evolução, seus erros, carmas, resgates, até a ascensão. O mito de Hércules é o mais icônico e fácil de entender. Sempre que alguém faz um grande sacrifício a um deus, o mesmo põe a mão na testa e pensa "Quem sou eu para merecer isto??", tanto mais quanto maior o grau de sofrimento envolvido. Não preciso dizer o que eles pensam da autoflagelação, muito menos dos sacrifícios humanos. Quem se dispuser a estudar com afinco as mitologias, vai ter surpresas de que os olhos céticos privam seus portadores.

Todos eles, a partir do momento em que alcançaram a iluminação, tiveram aquele "click" de quem finalmente entende toda a moral da história, e encontra o fio da meada. Muitos deles deram de cara com gente que um dia adoraram como divindades supremas. Oras, elas um dia foram gente como nós, cometeram basicamente os mesmos erros, racharam as caras de vergonha até aprenderem a lição! Quem passa por tudo isso e aprende, não se considera digno de adoração. Raríssimas criaturas passam ilesas por todas as etapas. Tão raras que não entram nas estatísticas.

Algo que um mago tem que aprender desde cedo, é que não importa o quanto sua entidade mais afim seja grande e forte, SEMPRE HAVERÁ UM MAIOR E MAIS FORTE. Acontece que são todos criaturas, e são tanto mais aprimorados quanto mais antigos e testados. Neste conglomerado de galáxias em que vivemos, certamente há os seres que trabalharam no chamado big-bang, que têm um tamanho que não cabe em nossas frágeis imaginações. Mesmo assim eles são criaturas, um dia foram átomos e tiveram que passar a vírus, depois micróbio, enfim... Eles muito menos, gostam de ser venerados, não se consideram dignos. E olha que os caras podem!!!

Por essas e outras que passaram a rejeitar adoração, pedindo que seja dirigida apenas à Fonte, ao Intemporal, ao Supraexistencial, seja lá que nome queira dar ou ainda que prefira não dar nome algum, porque é só quem não precisa dar explicações a ninguém.

Acontece que nestes milênios nós não evoluímos nem metade do que deveríamos, daí a segunda degredação ocorrida em Dezembro último. Se antes defendíamos os deuses com unhas e dentes, como se eles precisassem, hoje defendemos o Criador com unhas e dentes... Defender de quê mesmo? De humanos??? bah! Morri de graça e não achei rir.

Ironicamente, transferimos a adoração politeísta a criaturas extremamente indignas, hoje adoramos pessoas... Artistas canastrões, políticos, jogadores de futebol, até times de futebol, pastores picaretas que muita gente acha que são a redenção da humanidade e querem é lascar todo mundo de uma vez... Os santos, pelo menos, têm alguns protocolos disciplinadores, ninguém coloca Santa Edwiges contra Santo Expedito. Em certa escala, os dois poderiam ser considerados deuses fortes, noutras épocas.

No fim das contas, nós só trocamos rótulos e apresentações, porque os deuses que adoramos em outros séculos, e pelos quais aceitamos morrer na fogueira, são os mesmos que hoje nos apresentam como santos e anjos... e continuamos adorando... Mas nós, bons magos, sabemos desde que despertamos, que eles todos são resultados de suas escolhas e evoluções. Afinal, Pedro não negou três vezes a divindade maior deste planeta, e mesmo assim fez por merecer o que é hoje? Foi até imperador do Brasil!

É uma lição clara no Bhagavad Gita, tudo o que pedimos aos deuses, santos, anjos e afins, é ao Criador que estamos pedindo, é de Sua Providência que tudo acontece, só não faz burlar as próprias leis, como a física. No final das contas, são todos apenas intermediários, que não fazem a menor questão de serem reverenciados, tampouco recompensados pelo bem que praticarem. Só querem respeito e, se não for pedir muito, amizade.

Em suma, para não fazer um catatau homérico, continuamos politeístas, só que de forma camuflada, mesmo acreditando no Supraexistencial, que até a existência criou. Quando? Nunca. A existência não tem início, meus caros, é uma obra contínua, para todos os lados e com infinitas dimensões que se interpenetram, como infinitos fachos de luz podem se cruzar sem causar nem sofrer interferência. Mas isto é outra conversa, para outro texto.