sábado, 4 de dezembro de 2010

Regressão para quê?

 
Aonde pensas que vais?
  Vamos logo de início avisando, regressão não é brincadeira. Não é como uma sessão de cinema para um filme de terror, o qual acaba em menos de duas horas e te deixa ir para casa sem nenhuma seqüela, no máximo uns sustos na primeira semana seguinte.
Não há índices oficiais, por não haver um só estudo oficial a respeito, mas é sabido que a pessoa que faz regressão, se transforma em outra, muitas vezes comprometendo completamente os vínculos sociais que já tinha.
Via de regra, o cidadão chega ao "profissional" querendo saber que rei ou herói foi "na vida passada". Qual vida passada? Nenhum de nós tem menos de cem, só neste planeta. Existem muitas falanges das sombras dispostas a arruinar a vida de uma pessoa, alimentando a vaidade de querer ter sido algo mais do que é hoje. Pessoas despreparadas e médiuns corrompidos são portais abertos para esses seres. Eles sabem o que pensamos, fica fácil verem nossos desejos e inventarem uma estória qualquer, podem até te convencer de que és a reencarnação de Jesus.
Quero que vocês vão ao espelho, com cara de desprezo, e se perguntem que vantagem há em ter sido um figurão em alguma vida passada. Mas se olhem como se fosse um inimigo no espelho, não um reflexo, porque é um inimigo que quem embarca nisto se torna de si mesmo. Vão e perguntem que vantagem, hoje, se teria em ter sido a rainha da Inglaterra. E se realmente for verdade, vais fazer o quê? Vais reivindicar o título de princesa? Com que provas?
Qualquer um que tenha estudado história direito, sabe que raríssimos reis fizeram o que prestasse em seus reinados. Via de regra, ter sido figurão em outra encarnação é motivo mais de vergonha do que de orgulho. Muitos dos que realmente foram, se tornaram inimigos da realeza. Além do quê, por sua própria natureza, a realeza foi e ainda é para poucos, há muitas vezes mais gente querendo ter sido do que gente que realmente foi.
Outro risco é uma mãe zelosa descobrir, da pior forma, que assassinou seus filhos e marido. Quem não é mãe não sabe o trauma que isto causaria, então reitero que regressão não é passatempo, pode te induzir ao suicídio.
Certa feita, uma mulher chegou para Chico Xavier, toda pimpona e orgulhosa, e se pôs a contar potocas, chegando a dizer que foi uma rainha romana atirada aos leões, por simpatizar com o cristianismo. Para os amigos desencarnados ele sussurrou "E eu fui a pulga que chupou o sangue do leão". Mais uma vez pergunto: Qual a vantagem em ter virado ração para gatos? E qual colégio deu o diploma para esta mulher? Em história e interpretação de textos, deveria ter ficado perpetuamente no segundo grau. Com certeza os espíritos do local, com o tempo, conseguiram colocar algum juízo naquela cabeça delirante, mas a maioria não tem esta sorte.
Assim como a regressão ao útero, a de vidas passadas deve ser feita como uma prescrição médica, para curar. Deve ser executada para ajudar a pessoa a se livrar de travas e traumas que os profissionais de outras áreas não conseguiram atenuar a contento. O princípio é o de se conhecer a fonte e as circunstâncias para definir como extirpar o mal. Para isto não existe melhor do que a regressão de vidas passadas.
Com um bom condutor (e a não pretensão de ter sido Moisés) o cidadão consegue tranqüilamente encontrar as causas de suas aflições, quase sempre resultado de seus próprios erros. Consegue perceber o que o prende àquela situação cíclica, àquelas armadilhas em que sempre cai, como uma mulher que sempre se envolve com cafagestes e não consegue se interessar por quem a valoriza, ainda que seja esclarecida e bem formada.
Se for esta a tua intenção, se quiseres resolver realmente um problema de modo definitivo, sem correr o risco de reincidir ou mesmo trazer de volta parte de uma personalidade que deve ficar no passado, então a regressão é o teu caminho. De quebra trazes lembranças vivas de uma época que os historiadores só podem ter por documentos, que sabe-se lá que tipo de gente e com que intenções redigiu.
Há pessoas que os guias consideram devidamente preparadas e recebem, durante o sono, breves lembranças de uma época que pode ser de utilidade para o momento. Eu tive e de vez em quando tenho algumas. Porque as lembranças me foram muito úteis, eu recebi outros trechos. Não, não fui nenhum figurão na época em questão, graças à Deus! Mas para se ter este acesso natural ao próprio arquivo, é preciso amadurecer um pouco, não na idade, que para tanto pasta não morrer, mas como pessoa. É preciso querer se melhorar sempre, se esforçar sempre, fazer por merecer sempre. Lembrar sempre que ninguém está neste mundo a passeio, somos todos operários, do faxineiro que tira o pó até o presidente dos Estados Unidos, ningúém está aqui de férias. Isto não é uma colônia de férias, nunca foi, por isto mesmo uma lembrança longinqua pode trazer traumas muito maiores do que os já instalados.
Não se brinca com a vida actual, com as passadas menos ainda.

2 comentários:

irene disse...

Belo texto meu amigo...
Amadurecer é, antes de tudo,
um gesto de coragem.

Nanael Soubaim disse...

Crescer dói, por isto crescemos mais durante o sono. Mas crescer acordado é imperioso.