Entre as maravilhas do mundo antigo, estavam os jardins suspensos da Babilônia, mas com certeza a mentalidade subterrânea da Babilônia não tinha nada de maravilhosa.
Embora não exista uma linha vermelha mostrando onde teremina e começa uma era, são os babilônios que marcam oficialmente o início do julgo patriarcal. O facto é mostrado na mitologia, onde Marduk corta ao meio o corpo de Tiamat, após uma longa batalha, fazendo assim o vácuo entre céu e terra. Kingu, filho de Tiamat, foi assassinado e seu sangue misturado à terra, com o corpo da mãe, de onde teriam feito surgir os humanos, que deveriam adorar os novos deuses.
Certo, vamos raciocinar. Nossos leitores estão carecas de saber que ninguém está sofrendo aqui em baixo por maldade do Criador, e como Ele não é mau, não faria sentido criar almas em lugars inóspitos onde elas não teriam chance alguma, além de ansiarem por uma morte rápida e misericordiosa. Nós caímos neste mundo, nós fazemos parte das hostes dos anjos caídos, estamos aqui por nossa total e exclusiva imbecilidade. Lembrados? Então vamos adiante.
Marduk jurara que seria o mais adorado dos deuses, típico do machão mimado que quer ser o macho alpha a qualquer custo. Não satisfeito em vencer (jura que venceu?) Tiamat, a executou de modo cruél, com requintes psicóticos de quem não quer deixar dúvidas do que aconteceria a quem o contrariasse. Depois disso, a Rainha Dragão passou a ser descrita como uma serpente, uma criatura perversa e ardilosa, transformando sua severidade típica em crueldade gratuita. O acto de cortar o ventre dá bem idéia do que realmente significa, que a posse do corpo que veste não caberia mais à mulher, e sendo o corpo a única ferramenta de que nós dispomos neste orbe, é dizer claramente "A mulher pertence ao homem". Depois vem a imaturidade típica dos machões, de querem aprovação incondicional da sociedade: Criar a humanidade para que fosse serva dos novos deuses... Vamos pensar um pouco nisto aqui. Os ritos mais antigos à Tiamat incluíam sacrifícios humanos, mas isto se estendia a todos os outros deuses, porque ela era uma "sargentona irascível" que metia medo na humanidade (ainda mais) acomodada em seus prazeres (do que hoje) e desejosa de que a divindade lhes desse tudo na boquinha, acabou sendo muito impopular e marginalizada. Quem tem uma mãe austera sabe que com ela isso não existe. Com o tempo, os ritos foram se abrindo e os sacrifícios rareando, mas é claro que ninguém precisa saber disso, a mulher tem que ser a causa primária e única de todos os males da humanidade, portanto, Tiamat tem que ser a contraparte do dragão, rainha dos infernos e toda essa patuscada que imperadores "convertidos" ao cristianismo empurraram bíblia adentro. Querem civilização mais misógina do que Roma? Essa misoginia surgiu justo pela resistência das matronas ao desejo de dominação e apego aos prazeres, que estavam se disseminando rapidamente. Assim como com Tiamat, foi pela força bruta que calaram as matronas. Mais informações, que devem ser bastante filtradas pela peneira do teu discernimento, aqui, aqui, aqui e aqui.
Tiamat não é má e muito menos cruél, ou não seria uma auxiliar próxima do Mestre, comandando os elementais do fogo e ajudando a reabrir os portais, que se fecharam quase totalmente na idade média. Tiamat é uma criatura, portanto tem a mesmíssima origem que nós. É boa, generosa, até carinhosa quando as condições permitem, mas é dura, austera, chega a ser marcial quando se faz necessário. Trata seus seguidores como filhos... Está sempre com o chinela na mão para prevenir malcriações. Tampouco é o ser horrendo que descrevem, até porque nas descrições mais antigas é retratada como uma mulher com cauda, que eu diria ser dos andrajos de rainha. Sua severidade não se aplica só aos seus pupilos, também a quem os ameaça. Quem lhes chega com perversidade, tentando destilar neles o veneno de sua alma enegrecida, corre riscos que não imagina. Ela simplesmente diz ao pupilo "Deixe nas minhas mãos", afinal ela é também um tipo de anjo vingador, que extirpa o mal da forma que nós mesmos escolhermos; a maioria escolhe com muita dor.
Na realidade ela é de uma beleza intensa, difícil de se enfrentar, porque é também muito opulenta, já que é especialista também em fertilidade, que quando somada à agressividade dos dragões, nós sabemos que efeitos tem. Trata-se de uma figura que por si exala poder e sensualidade. Eis aqui um ponto ela consegue ajudar muito, especialmente nos dias deturpados de hoje, ensinando aos seus pupilos a controlar a energia sexual, tendo ciência de suas limitações e controle sobre seus talentos. Não, Tiamat não dá cursos de cinema pornô, quem pensou nisso está com a cabeça no mesmo nível dos babilônicos daquela época. Energia sexual não se presta apenas para jogar esperma fora, pode e deve ser canalizada para potencializar seu senso se sobrevivência, sua capacidade de aproveitar os bons momentos (sejam quais forem) ao máximo e saber dividir essas conquistas com alguém.
Queridos, sexo com a intenção exclusiva de se satisfazer tem três categorias: onanismo, prostituição e estupro. Sexo sem máculas, é troca. Não um se servindo do outro, mas um servindo ao outro, e é justo abrir mão de si mesmo que nós não admitimos! Por isso fizemos baderna nos arredores de Capela, por isso fomos mandados de um mundo altamente evoluído, para um altamente selvagem e perigoso, com sismologia instável, grande actividade vulcânica, animais ferozes e tudo mais. O tipo de sexualidade que Tiamat ensina, prepara, turbina e enche de acessórios, é aquele em que um serve ao outro. Alguém aí lembra de episódios em que moleques agrediram moças que não queriam lhes dar bola? Lembram, né? Então estamos entendidos.
Hedy foi conhecida por sua beleza extraordinária, seu talento e sua capacidade de intimidar sem fazer força. Foi infeliz no matrimônio, pois os homens queriam domá-la, o primeiro chegou a agredi-la por uma peça ousada que fez, antes de ir para Hollywood, mas ela nunca deu uma segunda chande aos sujeitos, com isso nunca sofreu outra agressão de um homem. O que poucos sabem é que ela era um gênio matemático, contribuiu activamente para a derrocada do nazismo (outro regime misógino) e não levou um centavo por isso, só tendo seu papel revelado após seu desencarne, pela filha. A austríaca sempre foi uma mãe disciplinadora. Outra lição que Tiamat ensina: Exijam respeito. Não sejam maus, mas exijam respeito, ou ela mesma não os respeitará.